Fernanda Penna fala da paixão à Arquitetura e traz novidade: a Cenografia para Eventos
Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Planejar com objetividade, projetar com empatia, na busca do equilíbrio ideal entre as ciências exatas e humanas aliadas à profissão. Estas são, em síntese, as características e objetivos de Fernanda dos Santos Penna Gonçalves,que descobriu na Arquitetura muito além de uma vocação – um caminho de oportunidades a explorar em diferentes áreas, bem como o privilégio de reinventar-se dentro da carreira.
A jovem mulher de 29 anos investiu nos estudos e hoje é uma profissional que traz consigo um conceito único na profissão. Fernanda é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC Minas e em Engenharia Civil pela UNIP. Também possui pós graduação em Design de Interiores pela PUC Minas e em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Cruzeiro do Sul,assim como em Técnico em Transações Imobiliárias pelo Ibresp, além de curso de Lighting Design pela EBAC.
Na entrevista ao site e jornal online Minha São José ela, que não baseou a escolha da carreira apenas pela aptidão às disciplinas exatas, falou um pouco da complexidade de sua atuação profissional e destacou uma novidade: o trabalho também voltado à cenografia para eventos, que vem chamando a atenção pela beleza, conforto, praticidade, organização e funcionalidade também em momentos marcantes e de comemorações.
“Gosto de pensar que cada ambiente tem um propósito, e o nosso papel como arquitetos é compreender isso profundamente, criando soluções que tragam bem-estar, praticidade e identidade para quem vai vivê-lo”, observou.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra e conheça mais sobre os conceitos, trabalhos e, principalmente, a elegância e a modernidade, da simplicidade à sofisticação dos projetos da arquiteta Fernanda Penna.

Minha São José: Fernanda, por que optou pela arquitetura?
Fernanda Penna: Desde a escola, sempre tive afinidade com as disciplinas de exatas e isso me fez acreditar que a Engenharia seria o caminho natural a seguir. No entanto, ao conhecer mais sobre a Arquitetura, percebi que essa profissão ia muito além do que eu imaginava. A Arquitetura me encantou justamente por ser uma área multidisciplinar, que envolve um pouco de tudo: paisagismo, restauro, interiores, urbanismo… além de dialogar com campos diversos como geografia (no conforto térmico), biologia (na botânica aplicada aos projetos), matemática e física (nos cálculos estruturais), e até história (com o estudo da arquitetura brasileira e mundial). Ao pesquisar mais profundamente sobre a grade curricular e as disciplinas do curso, percebi que a Arquitetura unia o raciocínio lógico que eu sempre gostei com uma abordagem mais sensível e criativa, voltada para as necessidades humanas e sociais. Foi aí que tive certeza: era o equilíbrio ideal entre exatas e humanas que eu buscava. E assim decidi seguir esse caminho, com a certeza de que poderia explorar diferentes áreas e me reinventar dentro da profissão.
Qual é a sua maior inspiração na sua profissão?
Minha maior inspiração na arquitetura é a forma como ela tem o poder de transformar espaços pensando nas pessoas. O que mais me encanta é essa união entre estética e conforto, onde cada detalhe do projeto é pensado para quem vai usar aquele ambiente no dia a dia. A arquitetura vai muito além de criar algo bonito. Ela precisa fazer sentido, ser funcional, acolhedora e traduzir as necessidades de cada usuário. Gosto de pensar que cada ambiente tem um propósito, e o nosso papel como arquitetos é compreender isso profundamente, criando soluções que tragam bem-estar, praticidade e identidade para quem vai vivê-lo. É essa sensibilidade de projetar com empatia e olhar técnico ao mesmo tempo que me inspira e me move dentro da profissão.
Em que consiste o seu trabalho?
Em síntese, meu trabalho como arquiteta e designer de interiores consiste em projetar e transformar espaços de forma funcional, estética e personalizada. Na arquitetura, atuo desde a concepção do projeto, analisando o terreno, elaborando a planta e as fachadas, definindo os materiais, até a compatibilização com os demais profissionais e as visitas técnicas à obra. Já no design de interiores, o foco está em criar ambientes que reflitam o estilo e as necessidades do cliente, pensando em cada detalhe: desde a disposição dos móveis, iluminação, cores, texturas, até a escolha de acabamentos e definições de pontos elétricos e hidráulicos. Tudo é pensado para unir conforto, praticidade e identidade ao espaço. Em ambos os casos, o centro do meu trabalho é sempre o usuário. Busco criar soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas, proporcionando bem-estar e valorizando cada ambiente.
Conte um pouco sobre o primeiro projeto que desenvolveu.
O primeiro projeto que desenvolvi foi de interiores para um apartamento em Poços de Caldas, logo que me formei. Fui indicada por uma amiga da minha irmã, que era amiga do casal proprietário do apartamento. O projeto incluía a sala de TV/estar integrada com a sala de jantar, cozinha, área de serviços, dormitório do filho, banheiro social e a suíte do casal, com banheiro e sacada. Foi um aprendizado enorme e também muito gratificante ver a confiança dos clientes em meu trabalho, mesmo sendo recém-formada.

E qual é a melhor e a pior parte da arquitetura?
A melhor parte da arquitetura, com certeza, é ver um projeto sair do papel e ganhar vida. Acompanha-lo e perceber como aquilo impacta positivamente a vida das pessoas é extremamente gratificante. Projetar um espaço que alia beleza, funcionalidade e identidade, pensado para um uso real e cotidiano, é o que mais me motiva. Por outro lado, a pior parte, ou talvez o maior desafio, é lidar com os imprevistos que surgem durante a obra. Nem sempre tudo acontece como planejado: prazos, orçamentos, problemas com mão de obra e interferências externas acabam muitas vezes acontecendo. Mas, ao mesmo tempo, esses contratempos acabam contribuindo para o meu crescimento profissional.
Destaque qual foi o projeto mais simples e o mais complexo que já desenvolveu ou está desenvolvendo.
Os projetos mais simples que desenvolvo geralmente são os de apenas um ambiente, focados exclusivamente no design de interiores. São espaços pontuais, como um quarto, uma sala ou um home office, onde o trabalho se concentra na parte estética e funcional de um único cômodo. Já os projetos mais complexos, sem dúvida, são aqueles em que desenvolvo o imóvel completo — desde a arquitetura até os interiores de todos os ambientes. Nesses casos, o processo começa com o projeto arquitetônico legal, que envolve a aprovação junto à prefeitura, a elaboração do memorial descritivo e todos os documentos técnicos necessários. Após essa etapa, são feitas as plantas de construção que orientam a execução da obra. Em paralelo, o projeto de interiores se estende por todos os cômodos da casa, com detalhamento completo: definição do layout, locação de pontos hidráulicos, elétricos e de iluminação, desenvolvimento da marcenaria planejada, peças em marmoraria, escolha de acabamentos (revestimentos, pintura), móveis soltos e itens decorativos. É um processo minucioso, que exige atenção a cada fase e uma boa coordenação entre os profissionais envolvidos para que tudo seja executado conforme o planejado. Esse tipo de projeto demanda bastante tempo e dedicação, mas também é o mais gratificante, pois permite acompanhar a criação do espaço desde o início até a finalização, garantindo que tudo esteja alinhado ao estilo e às necessidades dos clientes.
O que é ser uma boa arquiteta?
Ser uma boa arquiteta significa, acima de tudo, criar espaços pensados para os usuários, entendendo suas necessidades, hábitos e expectativas. Cada projeto deve ser desenvolvido com foco no conforto, na funcionalidade e na experiência de quem vai utilizar aquele ambiente, buscando sempre unir estética e praticidade. Além disso, uma boa arquiteto dedica atenção máxima ao detalhamento do projeto, planejando cada etapa minuciosamente para minimizar erros e imprevistos durante a execução da obra. Esse cuidado garante que o resultado final esteja alinhado com o que foi idealizado, evitando retrabalhos e desperdícios. Por fim, ser uma boa arquiteta também é estar em constante atualização. Visitar feiras, eventos e mostras de arquitetura é fundamental para acompanhar as novidades do mercado, materiais inovadores e tendências que possam inspirar e enriquecer os projetos. Essa busca contínua por conhecimento e inspiração permite entregar soluções cada vez mais criativas e eficientes aos clientes.
Qual é a sua principal característica profissional?
É a escuta atenta e o cuidado em entender, nos mínimos detalhes, o que o cliente realmente deseja. Acredito que um bom projeto começa com uma boa conversa, por isso valorizo muito a reunião de briefing, onde procuro abordar cada item do projeto de forma detalhada — desde o estilo e funcionalidade até as preferências pessoais e necessidades do dia a dia. A partir disso, desenvolvo não apenas a proposta estética e funcional, mas também um caderno de projetos completo, com todos os detalhamentos técnicos necessários para a execução da obra. O objetivo é que todos os profissionais da mão de obra consigam compreender com clareza o que foi planejado, mesmo sem a necessidade de explicações constantes. Esse nível de detalhamento evita erros, dúvidas na obra, retrabalhos e gastos desnecessários, além de garantir que o resultado final seja fiel ao projeto idealizado. Acredito que essa organização e comprometimento com o detalhamento são fundamentais para o sucesso de qualquer projeto, e levo isso como um princípio essencial em todos os trabalhos que realizo.
Há algum projeto que ainda gostaria de desenvolver?
Um tipo de projeto que estou começando a desenvolver e que gostaria muito de me aprofundar são os projetos cenográficos para eventos. É uma área nova para mim, que mistura criatividade, técnica e planejamento para criar ambientes temporários, mas que precisam ser impactantes, funcionais e memoráveis. Tenho me dedicado a entender melhor essa área, explorando como o design pode transformar o espaço de forma inovadora e personalizada para diferentes tipos de eventos, como casamentos, festas de debutantes, bodas e eventos corporativos. Gostaria de ter a oportunidade de trabalhar mais intensamente com projetos cenográficos, pois acredito que eles ampliam bastante o leque de atuação do arquiteto e permitem uma expressão muito rica da criatividade.

Por que é tão importante ter um trabalho de cenografia nos eventos?
Acredito que o sucesso de um evento começa com planejamento e alinhamento entre todos os envolvidos. Por isso criamos projetos que facilitam a compreensão do espaço, do conceito e do fluxo do evento para todos os fornecedores e profissionais, garantindo uma execução harmoniosa no grande dia, evitando imprevistos e otimizando a montagem. Mais do que uma ferramenta técnica, o projeto cenográfico permite que noivos, debutantes e anfitriões visualizem de forma concreta aquilo que sempre imaginaram para seu evento — transformando expectativas em realidade com segurança e clareza. Nosso maior objetivo é permitir que os clientes visualizem seu evento antes mesmo dele acontecer. Por meio de um projeto bem elaborado, criamos plantas e elevações com medidas e especificações de cada item cenográfico, além de imagens 3D realistas e tour 360º, proporcionando uma experiência visual envolvente e fiel ao que será executado, permitindo visualizar o evento com riqueza de detalhes.
Para finalizar, qual foi a sua maior lição que aprendeu com a profissão, que pretende aplicar no decorrer da carreira?
A maior lição que aprendi durante minha atuação na área é a importância da organização, tanto do escritório quanto das etapas de projeto. Manter um fluxo de trabalho bem estruturado é fundamental para garantir que tudo aconteça dentro dos prazos e com qualidade. Além disso, aprendi que detalhar minuciosamente tudo que foi criado no projeto é essencial para minimizar erros e evitar retrabalho durante a execução. Quanto mais claro e completo for o projeto, mais tranquilo será o processo de construção ou reforma. Outro ponto fundamental é estar em constante contato com os profissionais responsáveis pela execução dos serviços. A comunicação próxima e frequente assegura que todos estejam alinhados, permite solucionar dúvidas rapidamente e contribui para que o resultado final seja fiel ao que foi planejado.
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