CIDADEDESTAQUEEDUCAÇÃO

Jornada de Psicologia UNIP/Rio Pardo abordou a “Adultização, Autoimagem e Comportamento na Era Digital”

Texto: Natália Tiezzi

Entre os dias 03 e 05/11, o Curso de Psicologia da UNIP/Rio Pardo promoveu a Jornada de Psicologia 2025, que neste ano trouxe à tona tema relevante na atualidade e que já vem sendo amplamente exposto e debatido, principalmente entre os profissionais de Comportamento, a “Adultização, Autoimagem e Comportamento na Era Digital”, que também destacou o por vezes conflituoso e complexo ‘entre os likes e os filtros’, tão comuns até mesmo entre as crianças e jovens que fazem uso da Internet.

O evento acadêmico acontece anualmente e é organizado pelas turmas do 3º e 4º semestres, assim como ocorreu nesta edição. De acordo com o aluno João Paulo de Oliveira Barbosa, a escolha do tema objetivou justamente ampliar o debate acerca de como os meios digitais influenciam na construção do ser humano, que já vem sendo abordado e combatido por muitas instituições e personalidades, mas que ganhou uma atenção ainda maior após a divulgação recente de documentário.

“Convidamos profissionais que conhecem e vivenciam essa realidade de como é essa influência do meio digital em meio à Psicologia e como essa nova era realmente influencia principalmente as crianças e os adolescentes”, comentou.

No primeiro dia de Jornada, as convidadas foram Ana Beatriz Chamati, psicóloga clínica, mestre em Psicologia Experimental, com atuação em orientação parental e atendimento infantil e domiciliar, que participou online, e Júlia Mattioli, também psicóloga clínica, pós graduanda em Educação Sexual e Emocional, que discorreram sobre o tema “A Era Digital e a Adultização”.

Já no segundo dia, a abordagem foi “Autoimagem e Saúde Mental no Ambiente Online”, com a palestrante Miriam Santos, neuropsicóloga e psicóloga clínica, mestre em Saúde e Desenvolvimento pela USP. E no terceiro dia, o convidado foi Augusto Amato Neto, psicólogo graduado pelo Mackenzie e mestre em Psicologia Experimental pela USP, professor da UNIP, que discorreu sobre “Comportamento Online: Pressão Estética e Comparação Social”.

Em depoimento ao site e jornal online Minha São José, o professor e coordenador do curso de Psicologia, Márcio Menardi, destacou que “podemos olhar para a Adultização como uma forma de manipulação sócio cultural para evitar a infância e seus processos de fantasias e edificações dos genuínos sonhos que geram os frutos da espontaneidade e da propriedade do viver. A vida agressiva de quem foi invadido e desrespeitado desde que nasceu gera uma violência interna que não mais respeita a liberdade do outro”.

Ele observou, ainda, que negar a infância pode ser uma forma de evitar o contato com seus próprios sonhos através dos filhos. “Dói demais ver que você deixou de ser você mesmo e, para não sofrer, o homem atual nega e boicota no outro o que podemos chamar de felicidade. Quem vive na contra-mão de si mesmo não aguenta a autenticidade do outro, usando a adultização como forma de matar ou de esquecer seus próprios sonhos, negando-se”.

Menardi salientou que “esse processo tem sido acelerado através dos valores transmitidos pela linguagem virtual heteronoma e assimilado pela família em busca da aceleração do tempo no crescimento e desenvolvimento humano, como se a maturidade interna da criança pudesse ser manipulada pelo adulto, uma forma de impedir a autonomia, filosoficamente uma ideologia para evitar mudanças socioculturais e manter valores pela classe dominante”.

Por fim, o professor observou a importância da Psicologia e da Jornada em expor, debater e compreender o complexo assunto e situações. “A Psicologia tem esse papel de conscientização dentro da diversidade dos contextos humanos e, nesse sentido, a proposta da Jornada é uma forma de alerta e denúncia social para a morte da infância. Ainda não existe um símbolo universal para a Adultização, então promovemos com a figura abaixo uma tentativa de simbolização para o fenômeno sócio-cultural que está atingido a construção da subjetividade infantil”.

O evento foi selado com apresentações culturais, entre elas do músico Caio Hernandes e do Tradisamba.

A Jornada também contou com a organização e participação de demais professores e coordenação do curso, além dos alunos Maria Eloisa Domingos, Luana Gabriel Nogueira, Roberta Demartine Ferreira da Costa (Setor financeiro); Maria Júlia Jorge dos Santos, Thalia Pesteli (Marketing); Brenda Gonçales de Martini, Jéssica Cristina Pontiles Moreira, Letícia Araújo Marques Silva (Montagem de estrutura e organização de espaço); Alex Torquato Basílio Ferreira, Ana Laura da Silva Sachetti, Eduarda Aparecida Lima Perlotti, Kevin Rodrigues de Melo, Leila Ap. C Dias, Rafaela Tomé Silva; Pedro Ribeiro Moreira (Entrega dos certificados); João Paulo de Oliveira Barbosa, João Pedro de Oliveira Nunes, Juliana da Silva, Maria Fernanda Tavares (Estrutura teórica, seleção e contato com palestrantes); João Paulo de Oliveira Barbosa e Juliana da Silva (Representantes de sala/líderes dos comitês) e Ana Clara L. Floriano, Ana Laura do Nascimento Angelini, Geovana Vitória Becker de Souza, Letícia de Oliveira, Maria Fernanda Tavares, Júlia Cavalli Merli (Coffee Break/Presentes).

CONFIRA ALGUNS MOMENTOS

 “Ainda não existe um símbolo universal para a Adultização, então promovemos com essa figura uma tentativa de simbolização para o fenômeno sócio-cultural que está atingido a construção da subjetividade infantil”, observou Menardi
error: Caso queira reproduzir este conteúdo, entre em contato pelo e-mail: minhasaojose@uol.com.br