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Michele Alves Ferreira: De Técnica de Enfermagem à Enfermeira Coordenadora da UTI/Santa Casa

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Neste mês dedicado à Enfermagem, em que se comemoram o Dia do Enfermeiro (a) e o Dia do Técnico e Auxiliar, profissões essenciais à manutenção da saúde e da vida, o www.minhasaojose.com.br homenageia a todos estes profissionais, por meio da Enfermeira Michele Vitorino Alves Ferreira, que possui 25 anos de atuação na área.

Em entrevista, ela contou um pouco de sua carreira, a paixão pela Enfermagem, que iniciou com uma orientação familiar, bem como os desafios e conquistas inerentes à nobre profissão.

Uma das atuações mais marcantes de Michele, sem dúvida, foi no Pronto Socorro, onde trabalhou por 16 anos. Ela também teve a oportunidade de superar mais um desafio na profissão: a coordenação de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa, onde atua há três anos, sempre com competência, eficiência e respeito, tanto junto à equipe, e principalmente com os pacientes, muitas vezes em situações muito delicadas.

“Ser uma boa enfermeira ou enfermeiro é, acima de tudo, escolher todos os dias fazer a diferença na vida de alguém, com dedicação e humanidade”, afirmou.

Conheça, na matéria abaixo, mais sobre a enfermeira Michele e sua paixão e entrega à Enfermagem.

“Meu sonho na enfermagem é continuar crescendo como líder e contribuir cada vez mais para uma assistência de qualidade, segura e humanizada”, afirmou a enfermeira Michele

Minha São José: Michele, qual sua formação na área de Enfermagem?

Michele V. A. Ferreira: Possuo graduação em Enfermagem, com especialização em Urgência, Emergência e Unidade de Terapia Intensiva.                            

Por que optou por ser Enfermeira?

Escolhi a Enfermagem aos 16 anos, inicialmente por sugestão da minha mãe de fazer um curso técnico. A influência de uma tia que já trabalhava na área também contribuiu para minha decisão. Com o tempo, descobri a importância do papel do profissional de enfermagem na vida das pessoas e a responsabilidade pelo cuidado com o outro. O que começou com uma orientação familiar se transformou em uma vocação que abracei com orgulho e dedicação. Após alguns anos de atuação na área, decidi dar continuidade à minha formação por meio da graduação em Enfermagem.

Quando concluiu a graduação e desde quando atua na área?

Conclui a graduação em Enfermagem em 2007 pela UNIP. Iniciei na área da Enfermagem em 2000, atuando como técnica, e a partir de 2008 atuei como enfermeira assistencial em várias áreas. Há 3 anos atuo como Enfermeira Coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva.

Qual foi seu primeiro trabalho e quais são seus trabalhos atuais?

Iniciei minha carreira na Santa Casa de Misericórdia/Hospital São Vicente, onde atuo até hoje. Ao longo da minha carreira, também trabalhei por 16 anos no Pronto Socorro Municipal, exercendo as funções de técnica de enfermagem e, posteriormente, de enfermeira.

O que é o melhor e o que é o pior em ser Enfermeira?

O melhor em ser enfermeira é saber que meu trabalho tem impacto direto na vida das pessoas. Poder cuidar, acolher, aliviar a dor e contribuir para a recuperação de um paciente é extremamente gratificante. A relação que se constrói com os pacientes e suas famílias dá um sentido profundo à profissão. Além disso, é uma área de constante aprendizado e crescimento. Por outro lado, o mais desafiador e talvez o ‘pior’ seja lidar com a sobrecarga emocional e física, especialmente em ambientes de alta pressão como prontos-socorros e UTIs. Também enfrentamos, muitas vezes, a falta de reconhecimento e valorização, mesmo assim, acredito que o amor pela profissão e o compromisso com o cuidado superem essas dificuldades.

Há algumas história curiosa, marcante que aconteceu com você e possa dividir?

Ao longo dos anos trabalhando na área da Enfermagem, vivi diversas histórias marcantes. Seria injusto destacar apenas uma, pois cada experiência carrega seu valor único. Acredito que o mais gratificante nessa profissão é receber a gratidão e reconhecimento dos pacientes e seus familiares, especialmente em momentos delicados e de dor. Saber que, de alguma forma, meu cuidado fez diferença e trouxe conforto em uma fase tão difícil é o que dá sentido à minha atuação como enfermeira.

A enfermeira Michele iniciou sua carreira na Santa Casa, local especial para ela, já que atua atua até hoje, sendo, atualmente na UTI

O que é ser uma boa Enfermeira?

Ser uma boa enfermeira é cuidar do ser humano de forma integral, com técnica, ética e sensibilidade. É trazer conforto na dor, apoio diante da incerteza e agir com empatia e compaixão. Exercer a profissão com responsabilidade e reconhecer o trabalho em equipe. Acima de tudo, é escolher todos os dias fazer a diferença na vida de alguém, com dedicação e humanidade.

Qual é a maior dificuldade para a Enfermagem atualmente?

 A maior dificuldade enfrentada pela Enfermagem no Brasil atualmente é a sobrecarga de trabalho, associada a falta de valorização profissional, evidenciada por salários inadequados. Muitos profissionais enfrentam jornadas extenuantes, frequentemente acumulando empregos e trabalhando por longos períodos, com intervalos mínimos de descanso. Essa realidade afeta diretamente a saúde mental e física desses profissionais, influenciando diretamente no cuidado prestado aos pacientes.

Qual foi a principal lição que aprendeu nestes anos de profissão?

A principal lição que aprendi nesses anos de profissão é que cuidar vai muito além da técnica. A enfermagem me ensinou que ouvir, acolher e estar presente fazem toda diferença nesse momento tão sensível em que o paciente e sua família se encontram. Aprendi que cada paciente é único e o amor de alguém, que, mesmo em meio à correria e aos desafios, o carinho, o respeito e empatia nunca devem faltar.

Quais são seus sonhos futuros em relação à sua profissão?

Meu sonho na enfermagem é continuar crescendo como líder e contribuir cada vez mais para uma assistência de qualidade, segura e humanizada. Continuar formando equipes fortes, motivadas e capacitadas, que cuidem com excelência e empatia. Também tenho o desejo de compartilhar minha experiência, ajudando na formação de novos profissionais e fortalecendo a valorização da enfermagem dentro e fora da UTI.

Gostaria que deixasse uma mensagem a todos os Enfermeiros/as, Técnicas/os e Auxiliares pelas datas especiais deste mês.

A enfermagem é mais do que uma profissão , é uma vocação, um compromisso com a vida, com o cuidado e com o acolhimento. Somos aqueles que, em momentos de dor e fragilidade, oferecemos não apenas técnica, mas também  empatia e compaixão. Somos parte essencial do sistema de saúde, e nossa missão nunca é simples, mas é sempre cheia de significado. A todos os colegas de jornada, minha admiração, respeito e gratidão. Que continuemos a inspirar, aprender e crescer, pois nossa força vem de nossa união e do amor ao que fazemos.

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