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Mana Tessari: cinco décadas de música em muitas terras e… mares

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Pianista já conheceu mais de 30 países durante suas apresentações em cruzeiros

Ao contrário da maioria das crianças, onde os pais indicam e até matriculam os filhos em aulas de música ou instrumentos musicais, foi a nossa entrevistada que pediu para a mamãe matricula-la nas aulas de piano clássico ministradas pelo professor Guilherme Bianchin.

“Eu via minhas amiguinhas tocando piano e, obviamente, quis aprender também. E foi assim, quando eu tinha uns 7 anos, que iniciei os estudos de piano clássico. Foram 8 anos de aulas com o ‘seu’ Guilherme. Uma época maravilhosa, inesquecível, onde, sem perceber conheci meu companheiro de uma vida de trabalho, o piano”, contou Luciana Dias Tessari ou, simplesmente, nossa querida Mana Tessari.

Apesar da formação clássica, ela disse que sempre gostou de ritmos mais populares, como a própria Música Popular Brasileira, Jazz, etc. “Sempre gostei de música, acho que desde que nasci!”.

Em 1981, Mana foi morar em Ribeirão Preto para estudar. “Na verdade comecei a faculdade de Educação Artística aqui em São José e transferi para a Unaerp, mas minha praia era mesmo a música. Tanto que fiquei sabendo que lá aconteceria um pequeno curso de música popular: nem pensei duas vezes e me matriculei (risos). A faculdade, bom, nunca exerci a Educação Artística. Minha arte mesmo é a música”.

Impossível falar em Mana sem remete-la à boa música e ao piano

Para quem imagina que o primeiro emprego de Mana foi tocar piano em festas e bares, se enganou. “A professora que deu aulas neste mini curso acabou abrindo uma escola e me chamou para dar aulas de piano. E eu fui, com a cara e a coragem. Fiz isso até meados de 1984, quando voltei a São José e aí sim comecei a tocar na noite, em barzinhos, casamentos, jantares e até carnavais aqui e em toda a região”.

E foi a partir daí que Mana se tornou conhecida e respeitadíssima pianista, cujo talento e dedicação também foram reconhecidos até na capital, onde ela trabalhou por cerca de um ano, entre 2000 e 2001, tocando exclusivamente em bailes de casais e formaturas. “Não gostei muito de São Paulo. Vida muito agitada, correria, uma rotina de trabalho estressante. Voltei para cá: aqui estão minhas raízes, minha família e meus amigos. Melhor lugar não há”.

Além dos cursos já citados, Mana aprimorou seus conhecimentos musicais no CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical, onde permaneceu por oito meses. “Era a famosa escola do Zimbo Trio, formada por renomados músicos. Até lá eu fui parar!”, contou.

DESCOBRIDORA DOS MARES

Mana contou que um de seus sonhos era conhecer o mundo através de cruzeiros, porém não como passageira, mas como tripulante, por meio, é claro, da música. “E não é que aconteceu! Eu tinha muita vontade de tocar em cruzeiros, mas não sabia como fazer, não tinha contatos, enfim. Mas, por acaso, conversando com a cantora Luciana Guimarães, uma grande amiga, a qual sabia que já tinha passado pela experiência, ela me disse que estava a procura de um pianista para um cruzeiro que faria. Foi uma feliz coincidência. Meu primeiro cruzeiro foi em 2009, através da Costa Cruzeiros. Gostei tanto que permaneci por seis anos fazendo temporadas brasileiras”.

Após esse longo período, com férias duas vezes por ano, com duração de, no máximo, um mês e meio, Mana deu um tempo nos trabalhos em cruzeiros. “Pude colocar em prática o meu lado compositora, juntamente com a cantora e também compositora Márcia Tauil. E percorremos o Brasil participando de diversos festivais de música, inclusive fomos premiadas em inúmeros deles”, destacou.

Mas, o cheirinho de mar falou mais alto e, no ano passado, Mana voltou a fazer cruzeiros e abrilhantar as noites especiais com seu talento ao piano. “E novamente foi por acaso. Um amigo que havia trabalhado comigo em São Paulo me ligou e fez o convite, na verdade para substituir um pianista.  E eu aceitei novamente! E desta vez com a Pullmantur Cruzeiros e internacional, pois fomos para o Caribe e depois passamos uma temporada na Europa e Emirados Árabes”.

O navio se tornou local de trabalho para a pianista

LUGARES, OLHARES E… SABORES

Mana disse que sua rotina de trabalho nos cruzeiros é tranquila. “Meu trabalho é à noite, muitas vezes com diversas apresentações, mas durante o dia é mais tranquilo. Posso descer do navio, conhecer os lugares – e cada lugar já conheci! Enfim, muita gente pensa que fico confinada no navio por seis meses, que é o tempo médio de cada temporada, mas não é assim”, explicou.

Sobre um lugar que a marcou muito, Mana destacou Dubai. “É um lugar maravilhoso, de uma arquitetura fenomenal, porém é tudo muito diferente mesmo! É estranho ver aquelas mulheres de Burca, a religiosidade é muito impactante. Também amei conhecer a Grécia e a Espanha. Tenho excelentes recordações de ambos, embora já tenha conhecido, com toda certeza, mais de 30 países”.

E por falar na Espanha, eis que Mana lembrou de um sabor inesquecível. “Foi uma Paella com Arroz Negro – amo frutos do mar e esse prato me surpreendeu”.

Além de muito talentosa, Mana é uma mulher que chama a atenção pela beleza, espontaneidade, mas, quando senta ao piano em um cruzeiro tudo muda. Sobre cantadas à bordo, ela desconversou. “Durante as apresentações fico muito séria, pois sou muito tímida com pessoas que não conheço, no caso, os passageiros. E quando o show termina já saio de fininho e vou para minha cabine…”.

Sobre algum desconforto em alto mar, a pianista destacou que nunca passou mal, entretanto ficou um pouco tensa durante um cruzeiro na Argentina, durante uma tempestade. “Ficamos todos tensos, muitos objetos, inclusive garrafas de bebida caíram das prateleiras nos bares, mas nada grave. Toda a tripulação passa por treinamentos de socorro e evacuação do navio, portanto, sabíamos o que fazer em caso de emergência”.

BON VOYAGE, MANA!

Após pouco mais de um mês de férias, Mana embarca neste domingo, dia 21, para mais seis meses a bordo de mais um cruzeiro. O destino? A Europa: Espanha, Itália e França. “Inclusive estou estudando os shows, músicas, enfim, as férias também servem para aprimorar o conhecimento. Estou muito feliz, pois faremos somente essa travessia e será uma grande oportunidade para conhecer mais lugares nestes países”, observou.

Para concluir, a pianista deixou uma mensagem a todos aqueles que pretendem seguir a carreira de musicistas ou cantores. “Jamais percam a persistência. Persistir nesta nossa carreira é fundamental. Talento é muito bom te-lo, mas persistência é imprescindível”, finalizou Mana.

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