Enfermeira Nefrologista: Camila Félice destaca os quase 12 anos de trabalho no CRN
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Aproveitar uma oportunidade, dedicar-se, apaixonar-se pelo trabalho e, claro, estudar, adquirir conhecimento e coloca-lo em prática com empatia, amor e muita competência. Este seria um ‘resumo’ da carreira de Camila Gutierres Felice no Centro Regional de Nefrologia ao longo de quase 12 anos.
Em entrevista ao site e jornal online Minha São José, a Enfermeira Nefrologista contou um pouco de sua história e evolução profissional no CRN, local que ela mencionou com muito carinho e respeito durante o bate-papo, realizado na própria Clínica.
Camila começou a trabalhar no CRN ainda como Técnica de Enfermagem, substituindo uma colaboradora que estava em licença maternidade. “Iniciei em outubro de 2013 e permaneci como técnica por cinco anos, período em que cursei a faculdade de Enfermagem na UNIP/Rio Pardo. Após a graduação também fiz mais um ano de pós para especializar em Nefrologia pela Fundação Hermínio Ometto, de Araras, ou seja, minha trajetória profissional foi toda aqui no Centro, uma oportunidade que iniciou cobrindo uma licença e hoje estou aqui como enfermeira nefrologista, responsável por um dos plantões”, explicou.

O ritmo de trabalho no CRN é frenético: inicia logo nas primeiras horas da manhã e se estende até à noite, com turnos definidos. Todavia, Camila falou com muito orgulho de seu trabalho. “Fui muito bem acolhida e sinto isso todos os dias, seja pela excelente equipe de colaboradores, seja pelos pacientes, familiares. Não é um trabalho fácil, exige comprometimento, e é cansativo, como acredito que a maioria seja na área da Saúde, mas sou orgulhosa em poder exercer essa profissão que tanto amo neste local”, ressaltou.
Embora pós graduada e com uma experiência de anos de trabalho, a enfermeira nefrologista observou que o aprendizado é diário. “Nós, profissionais, dominamos as técnicas, mas aprendemos diariamente a importância de nos colocar no lugar do outro, tentando sentir suas angústias, dores, medos. Por isso que tento diariamente fazer o melhor, pois poderia ser eu ou alguém de minha família ali, sentando, sendo atendido ou fazendo uma diálise”.
A empatia, a compreensão e o ouvir ao paciente são inerentes em uma Clínica que atende centenas deles, de todas as idades, vindos de diferentes municípios, com peculiares realidades. “Além de enfermeiros, médicos, técnicos também somos um pouco ‘psicólogos’, pois o paciente necessita dessa proximidade conosco, o que gera ainda mais confiança, num trabalho realmente humanizado”, afirmou Camila.
A MANUTENÇÃO DA SAÚDE E A PERDA
Para os profissionais da Saúde, a manutenção de um tratamento, que no caso da doença renal pode ser de longa duração, ou a perda do paciente são situações cotidianas, mas mesmo sabendo disso, muitas vezes, a emoção acontece, principalmente no momento da morte, como ocorreu com um dos pacientes assistidos por Camila.
“Já passei por algumas situações de perda, mas uma me tocou muito. Um paciente, que estava na UTI, pediu para eu dializa-lo. Ele sabia que podia confiar em mim, mas naquele momento nada pude fazer. Não havia como ele passar pelo procedimento, pois estava muito debilitado, com hipotensão (pressão muito baixa), sendo contraindicada a diálise. Ele acabou falecendo. É difícil não poder ajudar um paciente, todavia temos que saber lidar o tempo todo com essa linha tênue entre o socorro e a obediência a protocolos, justamente para não coloca-los em situações que podem custar a vida”, disse.
UMA FAMÍLIA CHAMADA CRN
Camila destacou que a melhor parte dessa profissão tão necessária aos pacientes nefrológicos é a união, pois mesmo diante de tratamentos por vezes difíceis, desgastantes, proporcionar conforto, atenção e acolhimento são essenciais, e isso faz parte da política de excelência de atendimento no CRN.
“Formamos uma grande família aqui. Não apenas junto aos pacientes, mas com as equipes de trabalho. Precisamos das funções bem desempenhadas de cada um para que alcancemos o êxito”, afirmou.
Para quem pensa que os estudos de Camila cessaram, engana-se: aprimorar os conhecimentos através de cursos faz parte da carreira, tudo para oferecer um trabalho cada vez mais qualificado.
“Tive uma oportunidade excelente de trabalho e acho que preciso, de alguma forma, retribuir esse carinho que tive e tenho aqui na Clínica, sempre aprimorando na profissão. O CRN é uma referência em nefrologia e é missão de cada um, seja qual for a área profissional aqui, oferecer o melhor: desde o atendimento ao tratamento”, concluiu.