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‘Didi da Campineira’: Lembranças e histórias do 1º ‘doceiro’ de São José

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Já são 54 anos tornando a vida dos rio-pardenses e de toda a região mais doce

Quer trabalho melhor do que levar alegria a crianças, adultos, idosos através de um doce? Pois foi assim que Waldemar da Costa começou sua vida e se tornou o ‘doceiro’ ou vendedor de doces mais querido e lembrado de São José do Rio Pardo.

Mas, quem é Waldemar da Costa? Provavelmente poucas pessoas o conhecem assim, pois nosso entrevistado adotou um apelido muito popular e peculiar “Didi da Campineira”.

Natural de São João da Boa Vista, ele começou a vender os doces da linha Campineira ainda na cidade dos crepúsculos maravilhosos em 1964. “Já em 1965, com 21 anos, vim para São José, onde fazia a linha Caconde, Tapiratiba, Rio Pardo e Mococa. Eu e meu caminhão… Comercializava os doces durante a semana e aos finais dela buscava na fábrica Campineira, em Campinas. Por isso o apelido”, contou.

Didi destacou que naquela época, além dos bares das cidades, vendia muito para as antigas ‘vendas’ nas fazendas. “E eram doces diferentes de hoje em dia. Lembro que os clientes procuravam por Maria Mole, Pé-de-Moleque, Suspiro, Bananada de copinho, doce de mocotó”, recordou.

Os doces mais ‘antigos’ como abóbora, maria-mole e geleias ainda podem ser encontrados na loja

Mas, a vida de nosso querido doceiro não foi apenas feita com caminhos de açúcar. Didi contou que teve que morar dentro do próprio caminhão por cerca de 5 anos. “Estava começando a vida. Tinha que economizar de alguma maneira e foi essa forma que encontrei. Vivi no meu caminhão e, confesso, não era fácil. Mas, hoje, me recordo com carinho e orgulho daquela época”.

DEPÓSITO DE DOCES DIDI: COMÉRCIO PASSADO DE PAI PARA FILHO

No final da década de 60 e início da de 70, Didi melhorou um pouco suas condições e sua família veio morar em São José. O que hoje é o Depósito de Doces Didi começou apenas como depósito mesmo, pois o comerciante continuou com a linha Campineira por muitos anos. “O depósito aberto ao público, com atacado e varejo, tem uns 32 anos e sempre aqui, no mesmo endereço”, observou.

O senhor Waldemar em meio ao Depósito que leva o apelido que o consolidou no mercado: Didi da Campineira

Antes, porém, da abertura do comércio, em meados da década de 70, Didi casou-se com Doca Vianna e vieram os filhos Verônica, Lucas e Veridiana, que também se criaram em meio aos doces sabores do comércio do pai. “Sempre estive ao lado dele, nunca à frente, nem atrás. Já são quase 43 anos de casamento. Passamos por momentos bons, ruins, mas sempre estamos aqui para o que der e vier”, disse, com carinho, a esposa Doca.

Hoje, sentado à sua mesa no pequeno escritório no interior do depósito, Didi afirmou que muita coisa mudou, principalmente o gosto pelos doces. “Doce agora é chocolate, bala, chiclete. Tanto que são esses os produtos que mais comercializo aqui atualmente. São poucas as fábricas que ainda fazem aqueles doces mais antigos, porém ainda mantenho aqui, pois sempre têm aqueles clientes que gostam”.

Além dos doces, a diversidade chama a atenção no depósito. “Tivemos que diversificar com bebidas, produtos para festas, mercearia, enfim, senão a gente fica para trás. A concorrência é grande hoje em dia”.

A administração do depósito também mudou: o filho Lucas está à frente das compras e vendas e faz isso com muita dedicação e, principalmente, respeito e um excelente atendimento a seus clientes, que são muitos, tanto no varejo, quanto no atacado, pois vários comércios de Caconde, Tapiratiba, Mococa, Igaraí e toda região garantem seus estoques no Depósito de Doces Didi.

À altura de seus 75 anos, Didi comentou que fica por ali no escritório fazendo os pagamentos e Doca visita as agências bancárias. “Ontem foram meus filhos e hoje são meus netos que vêm na loja. Ainda gosto muito de ver a alegria das crianças, filhos e até netos de clientes, que fazem aquela algazarra e até birra para o pai ou a mãe comprarem um doce (risos). Posso dizer que, apesar dos obstáculos, tenho uma vida muito feliz aqui”, concluiu.

Ao nosso querido amigo Didi e sua família, nosso muito obrigado pela recepção e por dividir conosco um pouco de sua história de vida, um exemplo de muito trabalho, coragem e determinação. Que o senhor continua adoçando a vida de todos nós, rio-pardenses, e toda a região por muitos e muitos anos!
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