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“@dicasda_dri”: Mamãe faz sucesso no Instagram com receitas práticas e criativas

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De maneira didática, com vídeos e fotos, ela ensina pratos saborosos, muitas vezes utilizando ‘as sobras’ que toda dona de casa tem na cozinha

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Ela começou a cozinhar aos 28 anos, durante o 6º mês de gestação do primeiro filho e nunca mais parou. O ‘medo da panela de pressão’ deu lugar a uma cozinheira de mão cheia, que hoje conquista seguidores diariamente na página @dicasda_dri, no Instagram.

Na rede social, Adriana Cristina Almeida, de 41 anos, professora, mãe e dona de casa (com muito orgulho), ensina pratos saborosos para o dia-a-dia corrido, uma ocasião especial ou ainda para aproveitar aquela famosa ‘sobra’ que todos temos na cozinha.

O que chama a atenção é o carinho que Dri, como é popularmente conhecida, sempre tem com os seguidores, bem como o jeito simples e muitas vezes engraçado, além da forma didática com que passa as receitas, seja no passo a passo escrito, seja por fotos ou vídeos.

A arte de cozinhar também faz parte de sua vida em família, onde ela recorda momentos do passado com verdadeiras relíquias e iguarias familiares, além de também replicar muitas receitas que os próprios internautas lhe passam.

Para quem imagina que Dri aprendeu a cozinhar com a mãe, como boa parte das mulheres, engana-se. Quando decidiu que iria mexer nas panelas e temperos, ela queria impressionar uma pessoa muito especial em sua vida, que acabou sendo uma espécie de sua ‘mentora’ na cozinha. Curiosos para saber quem é essa pessoa especial e um pouco da história de Dri como cozinheira online? Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Dri, você começou a cozinhar aos 28 anos. Com quem aprendeu e o que te levou para a cozinha’?

Adriana Cristina de Almeida: Aos 28 anos, eu já estava no sexto mês de gestação do Enzo e ainda morava com minha mãe. Naquele período, um certo dia me marcou porque minha mãe estava trabalhando e minha irmã, que morava em Campinas, iria chegar para o jantar e não havia nada pronto em casa. Foi a primeira vez que usei a panela de pressão e eu nunca senti tanto medo na minha vida! Eu acendi o fogo e fiquei do lado de fora da casa, tremendo e rezando, esperando os 30 minutos mais longos da minha vida passarem. Depois desse dia, fui morar com meu esposo e comecei a cozinhar desde então. Aprendi a cozinhar com meu marido, David. Eu sempre me inspirei em minha irmã Fernanda e minha prima Fabiana, sempre falo isso no Instagram. Para mim, elas são as melhores cozinheiras do mundo. Mas não aprendi com elas. Em casa, quando eu decidia cozinhar, minha mãe ou minha irmã já pulavam da onde elas estavam e diziam: “Deixa que eu faço ou você vai estragar os ingredientes” (ridos). Eu me acomodava! Então elas cozinhavam e eu limpava a cozinha. Quando me casei, queria impressionar meu marido e comecei a assistir inúmeros programa de culinária que passavam na televisão. O David sempre gostou de cozinhar e é muito crítico e exigente. Eu tinha que me esforçar para agrada-lo e me esforço até hoje. Para ele, sempre estava faltando alguma coisa e isso fez com que eu adquirisse uma certa consciência sobre o que eu estava fazendo, os ingredientes que eu estava usando, os temperos…

Você tem dois filhos, aliás, crianças ainda. Eles também te inspiram a cozinhar?

Sim! Meus filhos me inspiram em tudo! O paladar do Enzo é parecido com o meu. Ele é simples, fácil de agradar e come de tudo. A Alice saiu ao pai. É exigente, difícil de agradar, é seletiva. Ambos se completam e me completam.

Qual é sua maior memória culinária?

Uma mãe é uma “criadora de memórias “. Eu tenho muitas memórias relacionadas a comida. Sempre que faço pão caseiro me vem à memória dias chuvosos, a família toda em volta da mesa disputando a faca para passar manteiga no pão quente. Quando faço um bolo, um doce, uma carne…tudo tem um significado para mim. E é essa memória que quero cultivar nas crianças. Quando chove e eu faço pão, me sento com elas à mesa e conto histórias dos seus tios e de quando éramos jovens. Tenho certeza que quando eles crescerem e sentirem o cheiro do pão, do bolo, da macarronada, ou até do alho frito antes de colocar o arroz para refogar, eles irão se lembrar desses momentos em família. Desejo passar isso para meus netos também.

De onde vem tanta ideia boa, principalmente aproveitando as sobras que temos em casa?

Em casa, procuramos evitar o desperdício e antes que a gente enjoe de comer por vários dias a mesma coisa, eu procuro na geladeira ingredientes que eu possa misturar, reinventar. Gosto de misturar legumes, farelo de aveia, sementes, ovos… Podemos dar uma cara nova para uma comida “velha” e geralmente fica mais gostosa e mais rica, nutricionamente falando. Há ingredientes incríveis dentro da geladeira só esperando a combinação certa!

Você tem uma didática muito boa para explicar as receitas. De onde vem essa facilidade?

Sinceramente eu não sei! Quando ligo o meu celular para gravar o passo-a-passo de uma receita, procuro passar para minhas amigas exatamente como eu faço, até porquê são dicas que eu também aprendi e pratico há anos. Eu procuro explicar para elas do jeito que eu gostaria que alguém me explicasse. E, principalmente, eu faço questão de ser eu mesma ali. Sem personagens, sem caras e bocas. Eu falo para a câmera do meu celular como se falasse com uma amiga. Muitas pessoas já me disseram que se divertem vendo meus stories porque eu estou falando e do nada eu começo a rir sozinha. Eu abro as portas da minha cozinha, da minha casa para as pessoas entrarem, então, não tem porque eu sair. Entende? Eu sou isso: uma dona-de-casa simples, que fala caipira e ri sozinha! 

E como é o retorno das pessoas que te seguem sobre as receitas? Tem alguma história curiosa que queira dividir sobre isso?

Natália, eu vou te falar, sem falsa modéstia, que eu fico impressionada com o retorno que eu tenho desde o início. Eu me lembro de ter ido no BarFafá com meu marido e uma amiga chegou a mim e disse: “Dri, eu não perco seus stories. Eu amo suas dicas. Eu fiz aquela de congelar o creme de milho. Deu super certo. Continue!” E também de mães na porta da escola das crianças que me falam que sempre fazem alguma receita, que até os maridos começaram a me seguir também. Pessoas que encontro na Igreja. Quase todos os dias recebo mensagens no direct elogiando, me incentivando, dizendo que adoram o jeito que eu falo, que transmito paz… E parece que é uma coisa: todas as vezes que eu penso em parar por conta da correria, filhos, casa, marido, aparece alguém, ou na rua ou no direct me elogiando e me empurrando para a frente. Às vezes eu penso que é arte do meu Anjo da Guarda me dizendo: “Continua”.

Qual o prato que mais gosta de fazer: doces ou salgados? Cite um deles que sua família, seus amigos elogiem bastante.

Eu gosto de fazer tudo!!! Gosto de pratos do dia-a-dia, como carnes e legumes. Gosto de comidas práticas. Amo fazer pães, bolos, biscoitos, doces… Sou perita em risotos. Hoje mesmo fiz risoto de abobrinha com bacon e mussarela e acabou quase que imediatamente após desligar o fogo! Todos amaram. Minha feijoada também é muito boa. Até meu pai, que é um cozinheiro de mão cheia, elogia quando eu faço. Enfim, acho que não tenho um prato específico não!

Qual o prazer em cozinhar e poder ensinar esse dom aos outros?

Cozinhar é realmente um prazer. Acho que é uma dança, que mistura cores, técnicas, experiências, sons, cheiro, textura, sabores, memórias. É você fazer algo simples, mas com tanto carinho por saber que quem irá comer serão as pessoas que você mais ama no mundo, mesmo que essa pessoa seja só você. Se você se dedicar um pouquinho e colocar seu coração ali, a comida deixa de ser comida e vira afeto, abraço, lembrança… Eu sempre digo que não sou ninguém para ensinar. Ao contrário, estou sempre aprendendo. Amo quando alguém chega para mim e diz: “Vou te passar uma receita de família”. Meu coração até dispara! Todos que estão ali no Instagram compartilhando seu dia-a-dia têm coisas riquíssimas para ensinar e nós temos algo novo para aprender com cada um, todos os dias.

Cozinhar é, realmente, uma terapia?

Com certeza! Cozinhar é uma terapia, uma alquimia, uma magia!!!

Para finalizar, dentre os seus seguidores, quem você acha que é melhor na cozinha: homens ou mulheres?

Eu acho que são as mulheres (risos). Os seguidores homens elogiam os pratos, mas quem faz mesmo, manda foto, tira dúvida, são as mulheres. A verdade é que nós gostamos de cozinhar para agrada-los. Sejam eles filhos ou maridos!

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