Médica Dra. Arabela J. Possebon foi a única brasileira a participar da “Ocean Science Expeditions – Tonga 2025”
Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Atuar na nobre profissão que escolheu junto ao mergulho, duas de suas paixões, e ainda auxiliar na preservação do Meio Ambiente. Experiências que a médica rio-pardense Dra. Arabela Junqueira Possebon teve o privilégio como única brasileira a participar da “Ocean Science Expeditions”, que ocorreu em Tonga, um reino polinésio com mais de 170 ilhas do Pacífico Sul.
Dra. Arabela é Cirurgiã Vascular, formada pela Beneficência Portuguesa de São Paulo, especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, tendo trabalhado muitos anos como Cirurgiã Geral e Trauma e como médica no serviço pré-hospitalar (SAMU), também na linha de frente do COVID.
O convite à Expedição ocorreu meio por acaso. “Anos atrás conheci a médica, atleta e apresentadora Dra. Karina Oliani e durante um encontro recente ela me convidou e indicou, já que não poderia participar. Fiquei muito feliz com a indicação e fiz uma entrevista com o líder da Expedição, que é da Suíça, e deu certo”, explicou Dra. Arabela, que entre os dias 09 e 18 de agosto atuou como uma das médicas da equipe, formada por 16 profissionais, entre eles norte americanos, suíço, australianos, britânicos e tonganeses.
Ela explicou que o objetivo foi promover a conscientização à preservação dos oceanos, do Meio Ambiente como um todo, por meio das baleias, mais especificamente as Jubarte, que são muito sensíveis às mudanças climáticas. “A Expedição uniu ciência junto à tecnologia, onde a equipe, por meio dos mergulhos, promoveu a coleta de amostra de pele das baleias, DNA, além da captação e registros dos sons pelo hidrofone, fotografias, filmagens, bem como o trabalho de politização aos grupos de preservação dos oceanos e ilhas ali relacionadas, que são muitas”.



Dra. Sylvia Earle, renomada oceanógrafa, bióloga marinha e exploradora americana, foi a maior referência no tocante à preservação, como uma peça principal à divulgação e conscientização da Expedição, que Dra. Arabela disse ter sido um privilégio conhece-la e trabalharem juntas.
“Conhecer, trabalhar e ouvir Dra. Sylvia, hoje com 90 anos, foi uma experiência muito interessante. Estar com pessoas que dedicam suas vidas na preservação dos oceanos me fez ampliar a consciência para a importância da preservação ambiental. Essa é a única forma de continuar a existência nesse planeta! Parafraseando a Dra Sylvia, sendo uma referência mundial na preservação dos oceanos que diz ‘No water, no life. No blue, no Green’ (Sem água, sem vida. Sem azul (dos oceanos) – sem verde (das florestas) Inclusive tem o documentário sobre ela na Netflix, chamado “Mission Blue”, que conta sua missão de vida, que recomendo todos a assistirem”.
Sobre ‘cuidar’ da equipe, Dra. Arabela afirmou que foram poucas intercorrências médicas. “Apenas pequenos eventos como queimadura de água viva e enjoo. Mas, a idéia da equipe médica foi orientar todo time sobre a importância da prevenção dos acidentes, visto que estávamos em uma ilha no meio do Oceano Pacífico, sem recursos hospitalares, e um acidente grave (como uma batida da cauda da baleia que pesa toneladas), demoraria horas para uma evacuação até um grande Centro Médico na Nova Zelândia. Portanto, além de estarmos preparados para estabilizar uma urgência, também atuamos na prevenção dos acidentes”.
Entretanto, mergulhar em meio às baleias Jubartes também foi um dos momentos mais emocionantes para a médica rio-pardense. “Mergulho desde 2013, fiz diversos cursos e cheguei a atuar como profissional (Dive Master). Gosto muito do mergulho em cavernas e mergulho técnico, os quais acabam me levando para lugares com pouca infraestrutura, portanto estar em uma Expedição em uma ilha tão remota, é unir duas paixões. E, em meio a isso, poder nadar com as Jubartes e imaginar que criaturas de 15 metros de comprimento possam ser tão sensíveis às mudanças climáticas, nos faz repensar o caminho que estamos seguindo”, ponderou.
Além da experiência e competência na atuação como médica e mergulhadora, Dra. Arabela destacou que um conhecimento específico foi fundamental para que participasse e obtivesse êxito na Expedição: a fluência no Inglês. Ela é aluna da Lounge International School, e tem aulas com os professores Henrique e Davi, onde aprofundou os conhecimentos. “O Inglês era a única forma de comunicação. Foi um desafio e tanto, mas o que aprendi com certeza fez toda a diferença naquele momento”, concluiu.
O site e jornal online Minha São José agradece a disponibilidade da Dra. Arabela pela entrevista e a parabeniza pelo sucesso na honrosa Expedição, não apenas pela participação, mas pelo conhecimento adquirido e dividido com todos, um alerta sobre a urgente percepção à conservação do nosso planeta!








