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Dia do Fotógrafo: Soraya Morais Gaino e os seus 31 anos dedicados à fotografia

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Ela começou a trabalhar na tradicional loja do pai, a Foto Metro, aos 15 anos e nunca mais parou de clicar

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

É quase impossível olhar às lentes da câmera e não sorrir diante do carisma, do talento e, claro, do sorriso largo que ela expressa quando vai fazer seus cliques. Em homenagem ao Dia do Fotógrafo, comemorado em 8 de janeiro, o www.minhasaojose.com.br retrata a história de uma das fotógrafas mais queridas da cidade, Soraya Morais Gaino que, no próximo dia 17, comemora 31 anos dedicados à fotografia.

A adolescente que sonhava ser arqueóloga descobriu atrás dos balcões da tradicional Foto Metro, loja do papai João Batista Morais, um dos fotógrafos mais renomados de São José, a magia e a paixão pela fotografia. “Fiz 15 anos em um sábado, com direito a festa, e na segunda-feira comecei a trabalhar aqui no Foto. O convite foi feito pelo meu pai e eu não tive como não aceitar! Estudava de manhã e ficava aqui à tarde. Acho que foi paixão à primeira vista, pois deixei até mesmo o curso de Admisitração, que fazia em São João da Boa Vista, para dedicar-me ao curso de Fotografia, em São Paulo”, contou.

Antes, porém, de trabalhar no Foto Metro, Soraya já vivenciava esse universo da fotografia. Lembro que quando tinha uns 9, 10 anos levava o almoço para meu pai na loja, pois ele não fechava para almoçar. Tenho muito orgulho em dizer que venho de uma família de fotógrafos, pois meu irmão também seguiu a profissão, bem como meu tio João, da Foto Líder, e seus filhos, Marcos e Milena”, destacou. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Soraya, quais foram seus primeiros trabalhos aqui no Foto Metro?

Soraya Morais Gaino: Comecei com atendimento ao público, trabalho que amo e faço até hoje também por aqui. Depois passei a fazer as fotos 3X4 e fotografar as jovens rio-pardenses, ainda em Preto e Branco, para a coluna social do Marcelo Trecenella, no jornal Gazeta do Rio Pardo.

Quando você realmente percebeu que a fotografia seria sua profissão?

Acho que quando tranquei a faculdade de Administração, que fazia em São João, para me dedicar ao curso de Fotografia, que fazia em São Paulo. O curso era uma vez por semana. Ia no primeiro ônibus e voltava no último horário. Fiz isso por 1 ano e meio. Graças a Deus tive a oportunidade de colocar em prática aqui no Foto tudo que aprendi na teoria!

O que mais gosta de fotografar?

Já me fiz essa pergunta, mas não soube responder. Acho que cada momento é único, assim como cada fotografia, portanto me entrego a todos os trabalhos.

Qual foi o evento que mais fotografou?

Com certeza casamentos, seguidos por festas infantis e festas de 15 anos.

Além dos eventos, quais são seus trabalhos no estúdio?

Atualmente estou fazendo “A Cor da Emoção”, que é um ensaio com fotos clicadas e feitas em Preto e Branco, o “Baby Lar”, onde me desloco para a casa do recém nascido entre o 1º e o 15º dia de vida justamente para evitar esse deslocamento do bebê e facilitar para as mamães, e também o “Plenitude”, que são os ensaios com gestantes.

Você teve algum momento profissional marcante?

Sim. E curiosamente foi fora do Foto. Trabalhei por dois anos na UNIP Rio Pardo, especificamente no laboratório de fotografia voltado ao curso de Publicidade & Propaganda. Me fez recordar os bons tempos da época do laboratório aqui na Metro, bem como desenvolver projetos, como uma exposição feita com as fotografias clicadas pelos alunos, que teve lugar no Centro da Memória Rio-Pardense.

E quais foram os momentos de maior emoção?

Nossa, foram inúmeros. Um deles me emociona até hoje quando lembro: quando tinha uns 11 anos fui ao Play Center com meu pai e, obviamente, levamos uma câmera fotográfica. Durante o show dos golfinhos, ele me deu a câmera e disse para eu apertar o botão no momento em que o animalzinho estivesse brincando com a bola. E assim fiz. Nunca mais esqueci aquela lição dele – esperar o momento exato para apertar o botão do ‘clique’. Recentemente, um momento que me deixou muito emocionada foi uma Bodas de Ouro, onde o casal estava totalmente entregue. Pude captar a emoção de ambos na troca de olhares, no cantar uma música de mãos dadas, além de também vivenciar essas décadas de união por meio de fotografias que ambos fizeram desde quando casaram! Isso me marcou muito. Além disso, o que também me emociona é fotografar as várias fases de vida de uma pessoa, como já aconteceu comigo. Fotografo a querida Ana Laura desde criança, passando pela adolescência, e agora tive a honra de fotografar seu casamento!

Uma das primeiras fotos clicada por Soraya, aos 11 anos: o momento exato de apertar o botão do clique, aprendido com o pai, o fotógrafo João Morais

Por falar em pai, o que ele significa em sua vida profissional?

Meu pai é tudo, tanto para mim, quanto para o Gil quando o assunto é fotografia. Aprendi e ainda aprendo muito com ele. E o senhor João está na ativa até hoje, acompanhando-nos principalmente nos casamentos.

Você também ensina seu pai, já que são de gerações diferentes e a fotografia evoluiu muito nestes últimos 15 anos?

Sim, principalmente no início da década de 2000, quando as tecnologias digitais começaram a despontar. Na verdade é uma troca infinita de aprendizados. Muitas vezes precisamos da experiência dele e ele do nosso conhecimento com algumas ferramentas tecnológicas.

O que é o melhor e o que é o pior na profissão?

Vamos ao melhor: Acredito que é estar presente nas residências das pessoas fazendo-as recordar momentos de alegria e felicidade por meio de fotografias em porta-retratos, álbuns, quadros, etc. Saber que você eternizou um momento especial por meio da fotografia e isso trazer recordações boas às pessoas não tem preço. É gratificante!

O pior, sem dúvida, é quando você vai fazer um evento e não há interação entre a família a ser fotografada. Já passei por isso e é muito difícil. Além disso, como a fotografia retrata a felicidade, ela também faz lembrar um ente querido que já faleceu, inclusive quando fazemos foto para lembranças para missas de 7º dia, por exemplo.

Vamos falar de momentos engraçados. Já passou por algum?

Muitos! Mas um deles me faz rir até hoje. Fui fazer um casamento em Tapiratiba e estava de salto muito alto e fino. Quando desci do altar para fazer algumas fotos, senti que o salto de um dos sapatos havia ficado preso entre os degraus. Descalça, tentei a todo custo tira-lo dali. À essa altura, a noiva já estava às gargalhadas, juntamente com os padrinhos. Foi hilário! Mas teve um lado bom em tudo isso: a minha ‘gafe’ deixou a noiva menos tensa e as fotos ficaram lindas!

Além de eventos sociais você também já fotografou parto. Como foi essa experiência?

Foi um momento único e diferente para mim. Tive que me adaptar à luz, às condições e limites do ambiente, sendo que, na maioria das vezes, é exatamente ao contrário para o fotógrafo. Com certeza quero repetir essa experiência por muitas e muitas vezes!

O primeiro parto fotografado por Soraya: Adaptação ao ambiente e muita emoção

Geralmente o trabalho do fotógrafo é realizado aos finais de semana. Sua família sempre compreendeu esse fato de, muitas vezes, você não estar presente em momentos de lazer?

Graças a Deus sim. Meu marido e meus dois filhos se adaptaram muito bem ao meu trabalho, pois além dos finais de semana também trabalho de segunda a sábado aqui na loja. É corrido, mas o tempo que tenho com eles, geralmente no meio da semana, é dedicado somente a eles, inclusive algumas poucas viagens, como a que fizemos na semana passada terça, quarta e quinta-feira!

É verdade que a foto impressa está voltando a ser procurada?

Sim. Muita gente perde arquivos de fotos digitais e após passar por essa experiência começa a imprimi-las. Os advendos tecnológicos nos ajudam muito, pois aqui no Foto Metro as pessoas podem enviar as imagens que quiserem imprimir via Whatsapp. É a tecnologia a favor da foto impressa – quem diria!

Quais são seus projetos para o futuro?

Bem, neste ano quero me dedicar aos ensaios ‘New Born’ em estúdio, além de participar novamente do “Mulheres Brilhantes”. Ano passado foi selecionada com um projeto voltado à tecnologia na Terceira Idade. Foi uma experiência maravilhosa, onde tive a oportunidade de conhecer espaços e mulheres que realmente empreendem para a vida.

Para finalizar, como você definiria a fotografia?

A fotografia traz à tona a emoção de um momento. Ela consegue captar sentimentos únicos, que poderão ser sentidos sempre quando a pessoa quiser, pois a imagem irá permanecer ali, por muitos e muitos anos!

CONFIRA, ABAIXO, ALGUMAS FOTOGRAFIAS E MOMENTOS MARCANTES DA FOTÓGRAFA

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