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“Adotar foi a melhor coisa que fiz por mim e pela minha família”

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Carla Pizani Baldassim Fernandes disse que o pequeno Luís Gustavo fez dela uma mamãe e uma mulher realizadas

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

O sentimento de ‘amor à primeira vista’ também pode acontecer entre futuros pais e uma criança desconhecida. E foi exatamente assim com o casal Carla Pizani Baldassim Fernandes e João Fernandes Júnior, o Juninho, quando se depararam com um pequeno menininho, tímido, de poucas palavras, mas de um coração que conquistou ambos de um jeitinho muito especial.

Com este sentimento de amor incondicional, hoje, amigos internautas, vamos falar sobre a adoção, em alusão ao Dia Nacional, lembrado no último sábado, 25 de maio. Nossa entrevistada foi a mamãe Carla, que contou que adotar foi a melhor coisa que fez por ela e pela sua família.

Carla e Juninho, que optaram pela adoção após tentativas em ter filhos biológicos

Porém, antes de decidir pela adoção de uma criança, Carla e Juninho tentaram durante quase dez anos ter filhos biológicos. “Foram inúmeros tratamentos, procedimentos, inclusive tentativas de fertilização in vitro, mas em vão. Até consegui engravidar, mas perdi o bebê. Foi então que decidimos que não poderíamos passar por essa vida sem ter um filho, não importaria a maneira que ele chegasse até nós, e optamos pela adoção”, explicou Carla.

Em 2015, o casal entrou na fila dos pais adotivos. À época, Carla contou que o perfil de criança procurada pelo casal seria uma menina, de até um ano. “Porém, percebemos que estávamos errados em ‘fazer essa escolha’. O processo estava muito, muito demorado e notamos que outros casais estavam conseguindo adotar meninos com mais facilidade. Foi então que um dia conversei com o Juninho e falei para mudarmos o perfil da adoção, que agora seria uma criança, independente de sexo, e com idade um pouco maior, até mais ou menos 4 anos. Assim que fizemos a mudança no perfil fomos abençoados”, destacou.

APRENDENDO A DIZER “EU TE AMO PARA UM FILHO”

Após mudarem o perfil, Carla disse que a assistente social que cuidava do processo de adoção convidou o casal para conhecer um menininho, de 2 anos e seis meses, que se encontrava numa casa de acolhida na cidade. “Quando olhamos para aquela criança linda, sentadinha assistindo televisão, foi realmente amor à primeira vista. Sentimos que nosso filho estava ali e que a partir daquele momento nos tornaríamos seus pais. Naquele dia passamos horas brincando com o nosso Luís Gustavo”, afirmou Carla.

Essa primeira visita à criança aconteceu dia 28 de novembro de 2017, porém, Carla e Juninho puderam levar a criança definitivamente para casa no dia 20 de dezembro daquele mesmo ano. “Confesso que foi a pior espera de nossas vidas. Era muito triste visitar o Luís Gustavo, que já nos chamava de papai e mamãe, e não poder traze-lo conosco. Todavia, conhecíamos os trâmites judiciais e respeitamos todas as etapas do processo, até que neste abençoado dia 20 de dezembro ele chegou em nossa casa e trouxe um amor inexplicável, capaz de transformar nossas vidas para sempre”.

Carla salientou que as mudanças aconteceram aos poucos. “É muito diferente você engravidar, esperar por nove meses e ver seu filho nascer, do que ele já chegar pronto, com mais de 2 anos. Não foi nada fácil, pois tivemos que aprender a sermos pais de uma criança desconhecida, maior, mas não menos especial. A rotina mudou, os horários e os hábitos também, mas tudo para muito melhor. Luís Gustavo trouxe vida para nossa casa”.

E, como dizem que aprendemos muito mais do que ensinamos com uma criança, o casal não fugiu à regra. “O Gú sempre foi muito amoroso e carinhoso conosco. Foi com ele que aprendi a ouvir e a falar ‘Eu te amo’ nessa relação de pais e filhos. Juninho e eu tivemos uma educação mais rígida, porém nao menos afetiva, mas nossos pais, por exemplo, não costumavam dizer que nos amávamos e, acredito que por isso também não aprendemos a falar essas três palavrinhas que, realmente, são mágicas. O Gú chega até mim e diz: ‘mamãe eu te amo, você me ama também? Ouvir isso nos emociona e nos ensina”.

A ALEGRIA DE TODA A FAMÍLIA

A chegada de Luís Gustavo não mexeu apenas com as emoções e com a vida de Carla e Juninho, mas também de todo o restante da família. “O amor de Gú contagiou a todos, meus pais, meu irmão, minha sogra, sogro, cunhados, enfim. Ele é especial. Muitas vezes tenho que chamar a atenção de meus pais para não deixa-lo ‘fazer o que quer’”.

O tio e padrinho Diego, Luís Gustavo e o papai Juninho

E ela e Juninho se orgulham em dizer que assumiram a paternidade, no real sentido da palavra, após adotarem o menininho. “Quem cuida integralmente do Gú somos nós. É claro que ele visita a casa dos avós, dos tios, enfim, mas não terceirizamos a educação dele nem para outros familiares, nem para a escola. Eu me orgulho muito em dizer que assumimos não apenas o lado amoroso do Gú, mas também o lado de impor limites, cria-lo no caminho do bem e isso dá trabalho sim, aliás, educar um filho dá muito trabalho, mas é um trabalho prazeroso e que os pais, somente os pais, devem ter. Não adotamos um filho para outras pessoas cuidarem. Esse é nosso principal papel enquanto pais dele, educa-lo”, observou Carla.

E por falar em momentos difíceis na paternidade, Carla disse que o início da vida escolar de Luís Gustavo não foi fácil. “O Gú era uma criança muito fechada e nos deu um pouco de trabalho neste primeiro ano na escola. Como disse, nem tudo é só alegria quando o assunto é criar e educar um filho, mas, graças a Deus, essa fase já passou. Costumo dizer que hoje o Gú é uma outra criança, mais sociável, mais aberta às amizades, enfim, uma criança mais feliz em todos os sentidos.

E querem saber um dos locais que deixa o pequeno mais feliz? No sítio da família de Carla. “A primeira vez que levamos o Gú até lá ele saiu correndo pelo campo, como um passarinho que sai da gaiola e ganha o mundo. Até um cavalo ele já ganhou do tio e padrinho Diego, que faz questão de lava-lo para passear. Acredito que lá é um dos paraísos do Gú”, disse, com lágrimas nos olhos.

MENSAGEM ESPECIAL AOS CASAIS QUE ESTÃO TENTANDO SEREM PAIS

Para os casais que estão tentando ter filhos e não conseguem engravidar ou para aqueles em que as tentativas já se esgotaram por inúmeros motivos, Carla deixou uma mensagem especial. “Se vocês querem realmente serem pais e se isso não estiver sendo possível biologicamente, adotem! Eu, mais do que ninguém, quis ser mãe e não me importei em como meu filho iria chegar até mim. E ele chegou e trouxe a nós momentos e sentimentos maravilhosos. Hoje, posso dizer que Juninho e eu nos tornamos pais de um filho adotivo e que adota-lo foi a melhor coisa que fizemos em nossas vidas e para nossas vidas”, concluiu, novamente com os olhos marejados.

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