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Homenagem à saudosa Angelina Tinti João: Sempre um exemplo de comerciante (à frente e atrás dos balcões)

Texto: Natália Tiezzi

No registro, a saudosa dona Angelina, um ícone do comércio rio-pardense: exemplo de como a gentileza e a atenção do atendimento são fundamentais ao êxito de qualquer estabelecimento comercial (Foto: Facebook Casa Violeta)

Mês de novembro, black-friday batendo à porta e aquela sensação de final de ano chegando. As promoções chamam a atenção, é claro, entretanto, outro fator que ainda garante pelo menos 50% das vendas é o atendimento.

E por falar nele, poucas pessoas, sendo comerciantes ou comerciários, se comparam à saudosa Angelina Tinti João, que pode décadas esteve à frente (e também atrás dos balcões) da tradicional Casa Violeta, estabelecimento fundado em 1913.

Dona Angelina, como era popularmente conhecida, nasceu com um dom especial para lidar com o cliente. Tinha experiência, sabia mostrar os produtos que comercializava com uma gentileza e uma disposição invejáveis.

Além de mostrar, explicava, em detalhes, as peças e quando, por alguma razão, não havia a numeração, ela fazia questão de procurar no estoque, pois sua boa memória não lhe faltava e quase sempre sabia, como ninguém, tudo o que estava à mostra no interior da loja ou acondicionados, com cuidado, nas antigas gavetas dos amplos balcões.

Como costumam dizer atualmente, dona Angelina era ‘fora da curva’ quando o assunto era receber e atender os clientes, de qualquer idade. Crianças, jovens, adultos, idosos: o tratamento atencioso era o mesmo a todos.

E, sem dúvida, o êxito da Casa Violeta muito se deu por conta da comerciante nata, que sempre foi além de apenas vender o que o cliente procurava, mas mostrar, descrever, fazê-lo sentir o tecido, a peça que porventura seria adquirida.

Dona Angelina, tendo à esquerda na foto o filho, Fernando Antônio João, hoje empresário das Lojas Evolução, e mais duas funcionárias na Casa Violeta

Essa facilidade em atender era própria dela, pois não fazia esforço para ser agradável: apenas fazia o básico bem feito quando o assunto era comercializar, sempre com respeito à vasta clientela que conquistou ao longo de muitos anos.

E o que dizer das conversas boas que ela tinha? Por vezes os clientes, conhecidos ou amigos passavam à frente da loja e lá estava ela pronta para também ouvir, papear ou contar as novidades em mercadorias.

Hoje, em meio à tanta tecnologia, lives, vendas online, a comercialização presencial ainda acontece e os bons exemplos deixados por dona Angelina poderiam e deveriam ser seguidos, principalmente no tocante à cordialidade e atenção durante os atendimentos, dois pontos em que ainda ocorrem algumas queixas de clientes, vindas das mais diferentes áreas.

Parafraseando os mais experientes, “comércio não é para qualquer um”. Mas, para dona Angelina foi, é e sempre será, pois sua memória junto aos comerciantes e clientes rio-pardenses continuará viva: seja nas lembranças de seus bom atendimento, seja no exemplo de como é simples e complexo atender bem um cliente, talentos que a saudosa comerciante tinha de sobra e só quem teve o privilégio de ser atendido por ela jamais se esquecerá.

Em tempo: frequentei a Casa Violeta primeiramente junto com minha saudosa avó paterna, quando eu eu ainda era criança. Depois, com meus pais, e, na adolescência, já ia à loja sozinha, quase sempre em busca de bons pijamas e meias-calças para vestir com minissaias! Muito do que escrevi nesta matéria presenciei com dona Angelina, que será sempre lembrada como um ícone do nosso comércio!

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