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Dia do Educador Físico: Amanda Barbosa e os 14 anos dedicados à profissão

A jovem professora Amanda: carisma, dedicação e competência junto a seus alunos

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Em alusão ao Dia do Educador Físico, lembrado em 01/09, o site e jornal online Minha São José homenageia a todos estes profissionais através de Amanda Barbosa de Souza Silva, uma jovem professora que vem se destacando na carreira e conquistando alunos por onde passa.

Em entrevista, ela contou um pouco de sua história junto à Educação Física, curso que concluiu em 2013 pela Faculdade Euclides da Cunha, e que começou com a paixão pela Dança e pela Natação, atividades esportivas iniciadas aos seis anos.

Carismática, divertida, acolhedora. Essas são algumas características que fazem de “Amandinha”, como é carinhosamente conhecida, ser uma educadora física muito especial a todos que têm a oportunidade de tê-la como orientadora, seja nas piscinas, na academia ou nas aulas de Dança.

E uma curiosidade: o estar fora dos ‘padrões’, ter um corpo real acabou sendo visto pelos seus alunos como um incentivo, já que muitos sentem ‘vergonha’ de estarem um pouco acima do peso para frequentarem uma academia. “Alguns alunos falam que ter uma professora com corpo real, fora do padrão, faz com que eles se sintam mais confortáveis a irem à academia, pois tem gente que tem muita vergonha de começar porque se acha “fora do padrão de academia” e, na verdade, sabemos que é justamente essas pessoas que mais devem se sentir acolhidas e incentivadas a treinarem”, destacou Amandinha.

A professora nas aulas de Ginásticas Coletivas na AAR

Vamos conhecer um pouco mais sobre ela e o amor pela Educação Física na matéria abaixo.

Minha São José: Amanda, por que optou pela Educação Física?

Amanda Barbosa de Souza Silva: Desde pequena fui muito incentivada ao esporte. Minha mãe sempre me colocou para fazer atividade física. Comecei aos seis anos na Dança e na Natação e com tempo sempre fui fazendo e conhecendo muitos esportes. Quando estava na época de decidir por qual faculdade optar eu dançava pela Fábrica de Expressão, aqui de São José, e como era apaixonada por Dança pensei que talvez essa paixão pudesse virar profissão e, além disso, a FEUC fez um programa de bolsas para estudantes de Educação Física… Achei que foi um sinal: Juntar a minha paixão com uma oportunidade única!

Desde que concluiu o curso, em 2013, quais espaços você já trabalhou e onde trabalha atualmente?

Foram muitos lugares! Já trabalhei na academia Athletic Comp, no Rio Pardo Futebol Clube, ministrei aulas de ginástica laboral na Nestlé, na Academia de Natação de Tambaú (onde um professor da faculdade me convidou para dar aulas lá) e na Associação Atlética Riopardense. Também trabalho como Personal Trainer de Musculação e Natação infantil e adulto. Atualmente meus trabalhos são na AAR e como Personal.

Quais aulas/modalidades você ministra/orienta?

Eu sou professora de Natação infantil, professora de Ginásticas  Coletivas (JUMP, Localizada, Funcional, etc) e também trabalho na Musculação, como monitora de sala e também Personal.

A animada “tia Amanda” com sua turminha mirim durante Festa Junina do tricolor

Você já sofreu algum preconceito por não ser “padrão” com relação ao seu biotipo?

Sinceramente não, pelo menos não dos meus empregadores! Como comecei desde muito nova a dar aula, pois já estagiava desde o 1º ano da faculdade, acabei ficando conhecida pelo meu trabalho e currículo, e sempre me empenhei em dar o meu melhor em tudo que faço. Porém, as vezes, claro que algum aluno ou outro olha ‘meio torto’ de começo, estranha um pouco, mas fui conquistando meu espaço e mostrando que faço tudo com amor e dedicação e isso sobressai. Sinceramente, não ligo muito para isso, mas também não sou uma pessoa conformada. Não acho saudável estar acima do peso e procuro sempre ajuda para melhorar. Estou sempre buscando minha melhor versão em tudo que faço e assim como qualquer pessoa no processo de emagrecimento tenho dias bons e ruins. O interessante é que alguns alunos falam que ter uma professora com corpo real, fora do padrão faz com que eles se sintam mais confortáveis a ir para a academia, pois há pessoas que têm muita vergonha de começar porque se acham “fora do padrão de academia”, sendo que, na verdade, sabemos que é justamente elas que mais devem se sentir acolhidas e incentivadas a treinarem.

O que é o melhor e o que é o pior nesta carreira?

O melhor da Educação Física e promover o bem estar das pessoas, ver evolução e conquistas em pequenas coisas; é ouvir de alguém que as aulas ajudaram a curar uma depressão; um idoso conseguir ser funcional e não depender de ninguém; é notar o quanto a qualidade de vida das pessoas melhora com o nosso trabalho. Agora, a parte ruim é que ainda nos dias de hoje, apesar de ter melhorado muito a visão das pessoas sobre a importância da atividade física, educador físico é uma profissão totalmente desvalorizada. As pessoas não reconhecem a importância da atividade física. Muitas vezes nós, professores, precisamos fazer jornadas duplas ou triplas de trabalho, às vezes trabalhar em dois ou mais lugares para conseguir um salário mais ou menos bom. E são muitas as horas trabalhadas diariamente, pois a maioria dos professores começam às 6h00 e vão até 21/22h00. O fato de amarmos o que fazemos é que nos fortalece para que consigamos aguentar essa jornada, porém a qualidade de vida seria muito melhor se fôssemos valorizados.

Há alguma história curiosa ou que te marcou muito na profissão?

Nestes 14 anos de trabalho muita coisa engraçada e marcante já aconteceu comigo. Mas teve uma história que me emocionou demais. Eu tinha um aluno que enfrentava uma certa limitação física e também muito medo de nadar, sendo muito difícil a adaptação dele. Porém, nunca desistimos, nem eu e nem a mãe dele: sempre fizemos o possível para que se sentisse confortável e feliz nadando. A mãe sempre incentivou demais e levava o filho em todos os festivais de Natação. O aluno, sempre com muito medo, pedia para que eu entrasse na piscina com ele e eu basicamente o carregava. Mas, certo, dia, em um Festival Regional eu entrei na piscina com ele como de costume e na hora que deu a largada, falou: “tia, vai comigo, mas não precisa me ajudar”. E nadou a piscina toda sozinho… Eu não consegui conter as lágrimas e todos que sabiam da história dele também não conseguiram. Mãe, meu chefe, minha estagiária, todos choramos de felicidade por essa superação dele. Foi muito emocionante!

A paixão de criança pela Natação se tornou uma das modalidades profissionais de Amanda, principalmente junto aos pequenos alunos

Qual foi a maior lição que a Educação Física te ensinou?

Que todo mundo é capaz de superar tudo! Que se tiver persistência as coisas acontecem! A Educação Física molda o pensamento, faz com que a gente veja que as coisas não acontecem nem rápido e nem fácil, mas se for persistente você consegue o que quiser!

E de onde vem esse carisma inigualável que você tem?

Ah, eu nem acho que tenho carisma não! (risos), mas agradeço o elogio! Eu faço com amor e não forço a barra, não tento ser quem não sou e nem agradar todo mundo. Só faço meu trabalho realmente com muito amor e carinho!

Amanda, você pratica algum esporte?

Fiz esporte a vida inteira! Eu amo Dança e é minha paixão desde criança, entretanto, hoje em dia, devido à falta de tempo não consigo mais praticar. Atualmente, o único esporte que pratico é o Crossfit, que também se tornou uma paixão. Também faço Musculação, mas esse é mais para manutenção e saúde.

Para finalizar, qual é o seu maior sonho na Educação Física?

Que as pessoas reconheçam a sua importância, pois a Educação Física salva vidas. Que os professores sejam mais respeitados e valorizados, e que possamos ter mais dignidade para trabalhar.

Atualmente, Amanda pratica Musculação e CrossFit, modalidades que caíram no gosto da Educadora Física

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