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Dr. Teixeira fala da saúde e dos desafios femininos na Pandemia e homenageia as mulheres

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Médico destacou que elas ficaram mais sobrecarregadas na quarentena e admitiu que algumas atividades só são realizadas plenamente pelas mulheres

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Definitivamente, a mulher não é mais a mesma daquela de 2019. A Pandemia trouxe novos desafios ao sexo feminino, o que inclui uma sobrecarga de atividades que as mulheres passaram a assumir e exercer nesta quarentena. E como tudo que é novo e repentino tende a causar alguns desgastes, com elas não foi diferente.

Os reflexos desses “novos tempos” e “novos rumos” que tiveram que ser tomados pela sociedade de forma tão abrupta causou e ainda está causando transtornos na saúde feminina. Para falar um pouco sobre essa nova rotina da mulher, os principais problemas de saúde causados pelas mudanças tão radicais no cotidiano, bem como reconhecer, é claro, o real papel e valor da mulher em tempos tão conturbados, o www.minhasaojose.com.br conversou com o médico Antônio Teixeira Filho, sócio proprietário da Clínica Prognosys, sendo um dos mais queridos e respeitados da cidade, principalmente quando o assunto é a saúde feminina.

“Ninguém estava esperando por tudo isso que estamos vivenciando, mas a mulher foi, sem dúvida, uma das mais, digamos, ‘atingidas’ por essa Pandemia. A nova rotina está gerando novos hábitos, muitas vezes pouco saudáveis, e a instabilidade do momento diante da Covid-19 também mexeu com a saúde emocional das mulheres. Medo, ansiedade, depressão, pânico são apenas alguns reflexos dessa nova rotina feminina.

O médico lembrou que tudo isso também está causando um desequilíbrio hormonal nas mulheres, o que pode evidenciar doenças como a hipertensão, por exemplo. “Os hormônios em desequilíbrio podem desencadear uma série de patologias e até comportamentos como a compulsão alimentar. Noto em meu consultório que muitas mulheres ganharam peso nesta quarentena justamente pelos desequilíbrios hormonais e emocionais. E grandes vilões que estão contribuindo para isso são a instabilidade financeira, a falta de sociabilidade e até mesmo essa questão da mulher assumir ainda mais o comando da família, já que muitas delas transformaram seu lar em ambiente de trabalho,, em sala de aula virtual”, observou Teixeira.

Neste ínterim, o médico reconheceu a agilidade feminina para resolver inúmeras questões, o que deixa, muitas vezes, uma sensação de frustração na mulher quando não consegue desempenhar essas múltiplas tarefas.

“Se formos analisar, a mulher passou de dona de casa e trabalhadora à gestora de educação on line, mais uma tarefa acumulada, além, é claro, de transformar a residência em escritório, tendo que dar atenção ao cliente, ao gerente, aos filhos, ao marido, mas e ela? A mulher carrega esse ímpeto de ajudar, esse desejo de realizar e por vezes isso pode não acontecer, o que gera uma frustração. Entretanto, se me perguntarem se a mulher precisa ‘dar conta de tudo’, a resposta é simples e complexa: Não precisa dar conta de tudo, mas há ações e situações que só ela sabe resolver!”.

Teixeira alertou ainda sobre a obesidade com relação à Covid-19. “Cerca de 72% dos casos positivos da doença são em pessoas obesas, doentes crônicos, hipertensos ou diabéticos. E 41% das internações em UTI devido ao Novo Coronavírus são de pacientes com o Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 36, ou seja, o sobrepeso e a obesidade precisam ser controlados, inclusive pelas mulheres”.

E para que isso aconteça não há fórmula mágica. “Para perder peso é 85% dieta e 15% atividade física. Aconselho um acompanhamento de nutricionista, prática de exercícios moderada e habitual, também supervisionada por um educador físico, além de terapias e até mesmo uso de medicamentos como tranquilizantes, claro, prescritos por médicos”, recomendou.

Para reduzir um pouco a sobrecarga das tarefas femininas, o médico foi enfático. “Todos, o que incluem maridos, companheiros, filhos ou quem morar junto com essas mulheres não só podem como devem ajuda-las nas atividades cotidianas. Nossas mulheres precisam se sentir valorizadas e serem reconhecidas por tudo que fazem por nós, pois este ´período não está sendo fácil para nenhuma delas”.

Dr. Teixeira finalizou lembrando que ainda estamos vivenciando a Covid-19. “Estamos em uma guerra e como tal haverá sempre mortos e feridos. O combate está evoluindo, mas o êxito depende do comportamento de cada um, aliás, essa Pandemia nos mostrou a importância que cada ser humano tem com relação ao outro, principalmente quando falamos em empatia. Especificamente às mulheres,  cuidem-se. Nós precisamos muito, muito de todas vocês. À cada uma, meu aplauso, por tudo que são e que fazem”, finalizou.

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