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Nutrição e Psicologia aliadas no combate às doenças do corpo e da mente

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Ansiedade e depressão podem levar à compulsão alimentar e a outros transtornos alimentares que elevam o peso  

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Como emagrecer se o seu corpo necessita de uma coisa, mas a sua mente insiste em querer outra? E o emagrecimento destacado aqui não é apenas fator estético, mas de saúde, porém, o que fazer quando um paciente está acima do peso ou já é obeso e, ao mesmo tempo, sofre de ansiedade ou depressão, doenças que podem levar à compulsão alimentar?

Em entrevista ao site, a Nutricionista Marina Féchio e a Psicóloga Luciana Voltarelli Barbosa falaram como a Nutrição e Psicologia são aliadas no combate de doenças do corpo e da mente, cada vez mais comuns entre as pessoas principalmente devido à má qualidade de vida.

“Atualmente 80% das pessoas que buscam tratamento em meu consultório é para emagrecer. Porém, mais de 90% delas são ansiosas e, consequentemente, em algum momento, desencadeiam a compulsão alimentar. Portanto fica muito difícil fazer com que ela se alimente corretamente se não tratar o que realmente está causando esse sobrepeso, que é a ansiedade. Se o paciente não estiver bem com sua mente não conseguirá bons resultados para seu corpo”, explicou Marina.

A nutricionista explicou que além dos exames clínicos, costuma fazer algumas perguntas que podem detectar a ansiedade em seus pacientes. “Pessoas que ‘beliscam’ alimentos a todo momento, relatam que sentem fome o dia inteiro provavelmente são pessoas ansiosas. Além disso, a rotina estressante, dormir mal, pular refeições e o sedentarismo são outras causas potenciais de ansiedade. E, geralmente, os pacientes acabam ‘descontando’ esse desconforto que possuem na comida, gerando a compulsão alimentar, o sobrepeso, a obesidade”, explicou.

Quando Marina detecta a ansiedade e também sintomas de depressão, que também pode desencadear a compulsão alimentar, encaminha o paciente para um psicólogo. “Procuro conversar bastante sobre as possibilidades dele realizar aquele plano alimentar com e sem a ajuda de um psicólogo. Muitos ainda apresentam uma certa resistência à Psicologia, mas sempre exponho o lado positivo dele tratar a causa (ansiedade, depressão), juntamente com as consequências (sobrepeso) e chegar ao resultado esperado (emagrecimento saudável)”, destacou.

A nutricionista Marina e a psicóloga Luciana: Ansiedade é uma das principais causas da compulsão alimentar, o que pode acarretar sobrepeso e obesidade

“PSICOLOGIA NÃO É APENAS PARA TRATAR UM PROBLEMA, AJUDA-LO A ENFRENTA-LO, MAS TAMBÉM PARA PREVENI-LOS

Luciana destacou que também identifica transtornos alimentares e outras patologias que a Nutrição se faz necessária em pacientes que chegam em seu consultório devido a “apenas” uma ansiedade, depressão ou outras patologias. “Por isso é tão importante hoje em dia olharmos o paciente como um todo. Não adianta eu tratar apenas o que corresponde à minha área de atuação e deixar de lado a sua saúde física, por exemplo. Nestes casos, como da obesidade, a Psicologia, aliada à Nutrição, Educação Física e a Medicina são fundamentais, pois uma complementa o tratamento da outra. E sozinhas são em vão.”, disse.

Sobre as causas da ansiedade e depressão, a psicóloga disse que são inúmeras e que podem ser desde questões hormonais, biológicas, a algum trauma emocional. “O acompanhamento psicológico em casos de pacientes que estão acima do peso, que precisam emagrecer e se percebem ansiosos ou com qualquer outra dificuldade emocional é essencial. A Psicologia analisa a fundo as causas da ansiedade, das frustrações, das dependências e até mesmo o “prazer” que os pacientes sentem em comer demasiadamente, sem limites. O comer para cada um  possui um sentido, ou seja, o psicólogo auxilia na percepção e mudança do comportamento durante o tratamento dos transtornos alimentares, como em outros”.

Ainda, segundo Marina e Luciana, os resultados para a saúde do paciente são sempre mais positivos quando aliados aos tratamentos adequados, seja pela Nutrição, pela Psicologia e, claro, complementados com o estilos de vida mais saudáveis, atividade física, etc.

Para finalizar, a psicóloga disse que, hoje em dia, todos deveriam fazer da Psicologia uma aliada não apenas para tratar um problema, ajudar a enfrentá-lo, mas para prevenir. “Existem algumas fases de maior tensão na vida das pessoa (desde a infância até o fim da vida) que se superadas de forma saudável podem evitar inúmeros desequilíbrios. Como exemplo dessas fases, menciona de forma bem generalista dos 6 aos 8 anos na infância, adolescência, e outros momentos de adaptação que a vida nos proporciona. O psicólogo deve ser visto como um profissional para todas as idades e deve ser consultado não só quando corpo e mente já estão adoecidos, mas, se possível, sempre ou principalmente nestas fases mencionadas”, concluiu.

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