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“Corredor de Hospital”

Amigos e amigas que acompanham o site e jornal online Minha São José, iniciamos hoje, 17/11, o espaço “A Crônica da Semana”, onde às segundas-feiras retrataremos histórias vividas, memórias revividas de cenas e fatos cotidianos, vivenciados e contados pela jornalista Natália Tiezzi. Uma abordagem leve, por vezes inusitada, entretanto reflexiva para começarmos a semana de boas notícias! Boa leitura e reflexão!

Os anos de trabalho na Santa Casa me trouxeram e trazem grandes reflexões, quase diárias. Não, não é sobre o trabalho em equipe, tampouco acerca da higienização das mãos ou do profissionalismo exercido em cada função ou atividade, importantes, sobremaneira.

Hoje retrato o corredor de hospital. Um espaço quase imperceptível ao frenético dia-a-dia, mas que guarda segredos, traduz emoções e, de um lado a outro, vida, morte e esperança se cruzam em memórias que marcam…

Nestes tantos corredores já presenciei grandes momentos: ruins e bons, alegres e angustiantes. Às vezes de plena felicidade, às vezes de absoluta tristeza.

Por ele já vi a mulher que carrega no ventre a vida para vir ao mundo. Já notei a euforia do doente ‘na alta’, no restabelecimento da saúde, na sensação da cura, e já notei famílias radiantes indo embora com seus bebês ao colo.

Todavia, já escutei choros dolorosos, clamores em orações e a passagem ‘barulhenta’ e fúnebre da maca com corpos sem vida.

Corredor de hospital retrata os extremos humanos: o nascer e o morrer, que acontece em segundos, assim como a própria vida: ela é um segundo…

E, analisando um pouco mais a fundo, pode-se dizer que a vida, de fato, é um corredor: com os mesmos começos, recomeços e desfechos para todos, sem exceção. E essa talvez seja a maior perfeição de Deus ao nos mostrar que, embora diferentes, somos exatamente iguais: pelo menos no nascimento, na cura e na morte.

Todavia, entre início e fim, há o meio do ‘corredor’ da vida. E eu, simplesmente, lhe pergunto: Como você está passando por ele? Vivendo, de fato, ou só existindo? Sentindo, provando, percebendo ou apenas observando?

Que saibamos aproveitar os momentos do caminho deste ‘corredor’… Porque nele, assim como em qualquer corredor de hospital, o ‘início’ e o ‘fim’ são bem parecidos…

Texto: Natália Tiezzi

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