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Pequena notável: Mônica Rueda é uma das poucas mulheres faixa preta em Hapkido

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Graduada em Fisioterapia e Administração, Mônica treina há 17 anos na X-Tatame, academia do mestre João Marin, grande incentivador das artes marciais à ela

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Quando se fala em artes marciais ainda existe certos tabus e preconceitos em relação à participação feminina. Entretanto, mesmo enfrentando alguns obstáculos que vão além do tatame, muitas mulheres se destacam nestes esportes, a exemplo da rio-pardense Mônica de Melo Rueda.

E, ao contrário do que se possa imaginar, o tamanho nunca foi empecilho para que ela viesse a se tornar uma das poucas mulheres faixa preta em Hapkido na cidade.

Aos 28 anos, a ‘pequena notável’, com seus 1,55 metros, adquiriu força, técnica e o respeito de muitos colegas que também praticam a arte marcial ao longo de mais de 17 anos de treinamento.

Em entrevista ao www.minhasaojose.com.br Mônica, que é graduada em Fisioterapia e Administração, destacou que não iniciou sua trajetória no Hapkido, mas sim praticando Karatê, aos nove anos. A influência às artes marciais veio do pai, que também praticava a luta.

“Meu pai treinava e eu acompanhava os treinos. Isso me incentivou a praticar Karatê, que iniciei no Rio Pardo Futebol Clube e pratiquei por dois anos. Depois fui praticar Hapkido, que acabou se tornando um hábito, uma paixão”.

O primeiro professor de defesa pessoal foi João Marin, e Mônica treinava em um espaço próximo à barbearia do pai. Depois ela passou a treinar na Escola de Artes Marciais X-Tatame, também de João, onde continua seus treinos.

Em ambas fotos, Mônica conduzindo um dos treinos de Hapkido na AAR

“Eu fui uma criança, adolescente muito agitada e acredito que praticar arte marcial me ajudou a ter, inclusive, mais paciência. Além disso, o Hapkido me ensinou a disciplina, o condicionamento físico, a interação com os demais praticantes. Só me fez e faz bem”, afirmou.

A faixa preta, conquista que poucas mulheres rio-pardenses atingiram, conferem à ela ministrar aulas. E quem assiste a um treino de Mônica se surpreende com a destreza com que aplica as inúmeras técnicas junto aos alunos que, diga-se de passagem, são de todas as idades, principalmente substituindo João em algumas aulas na Associação Atlética Riopardense, onde ele também ministra treinos de Hapkido.

Embora conduza com maestria os treinos voltados a todas as faixas etárias, Mônica tem grande facilidade e preferência pelas crianças. “Acho que tenho mais paciência com elas e essa paciência também herdei um pouco e minha mãe, que é professora, apesar que a arte marcial também te condiciona a ser mais paciente. Não adianta força, tamanho, se não houver a paciência para compreender, treinar e colocar em prática as técnicas aprendidas, que no Hapkido são muitas”.

“O Hapkido ensina a técnica à defesa, mas também a disciplina, o respeito, a interação, a paciência. É bom em todos os sentidos”

“AS MULHERES PODERIAM PRATICAR MAIS AS ARTES MARCIAIS”

Mônica é um exemplo e não deixa de ser um incentivo para que mais mulheres pratiquem artes marciais. Porém, ela mesma destacou que não é fácil estar num ambiente de treinos onde a proporção entre homens e mulheres é discrepante.

“De cada 15 homens que treinam comigo, há apenas duas ou três mulheres. A proporção ainda é muito pequena com relação à participação feminina. E isso até gera uma certa insegurança, pois às vezes não dá para saber se os homens treinam de igual para igual com as mulheres, ou seja, faltam mulheres para treinarmos juntas!”

O incentivo de Mônica é para que as mulheres quebrem as barreiras do preconceito e pratiquem artes marciais, pois muitas têm vontade, mas falta coragem.

“Acho que as mulheres que têm vontade devem tentar. Não deixe o preconceito, a falta de habilidade e até o medo fazer com que desistam. Olhem para a arte marcial, especialmente o Hapkido, como investimento para a vida, que vai muito além de condicionar fisicamente, mas uma técnica de como utilizar o corpo para a defesa pessoal, muitas vezes tão necessária nos dias atuais. Aprender a se defender também pode ser uma arte e muito prazerosa”, concluiu.

Dos alunos mais experientes aos novatos no Hapkido: Mônica orienta a todos, mas tem facilidade mesmo é com as crianças
Apaixonada pelo Hapkido, Mônica continua os treinamentos e incentivou as mulheres para que pratiquem as artes marciais, sem medos ou preconceitos
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