Mesa Redonda reuniu três gerações médicas na “IV Jornada de Medicina/UNIP”
Texto: Natália Tiezzi
Três médicos, cada qual à sua geração. Três histórias, memórias, aprendizados e reflexões sobre a atividade médica, destacados durante a IV Jornada de Medicina da UNIP/Rio Pardo, que foi promovida dias 02 e 03/10, na Câmara Municipal, por meio de parceria junto ao Programa Escola do Legislativo.
O Encontro dos médicos, sendo Dr. Antônio Teixeira Filho (ginecologista/obstetra/clínico geral), Dr. Carlos Alberto de Souza (otorrinolaringologista) e Dra. Letícia Andreghetto (pediatra e neonatologista), junto aos acadêmicos de Medicina da UNIP, entre outros alunos participantes, aconteceu dia 02, com o Plenário lotado.
Dr. Teixeira, com quase 60 anos de carreira, contou um pouco de sua trajetória na Medicina, que iniciou no Rio de Janeiro, e suas vivências em Prontos Socorros, principalmente no “Hospital dos Marítimos”, hoje Hospital do Andaraí. “Quando nos deparamos com inúmeras situações, muitas delas críticas, onde o médico precisa entender e proceder sobre um pouco de tudo, como algumas experiências profissionais que tive, notamos que a Medicina, de fato, é um ‘todo’ e vocês, estudantes, precisam saber e, se possível, vivenciar essa realidade que, sem dúvida, trará olhares e ações diferenciados à profissão”, observou.
Dr. Carlos Alberto relembrou os bons tempos da Universidade e disse que não teve influências à escolha da Medicina e que a primeira opção à especialidade médica foi a Pediatria. “Não tinha familiares médicos, apenas um tio, que tinha pouco convívio. A Pediatria era uma especialidade natural, pois eu adorava ficar junto às crianças, ainda durante a graduação. Porém, depois que fiquei para 2ª chamada por conta de um professor e uma história que me marcou muito, já no internato, conheci um médico otorrino, que me convidou a frequentar algumas aulas, e foi a partir daí que optei por essa especialidade. Sou graduado desde 1973. Foram cinco anos atuando no Rio de Janeiro e depois São José, onde, inclusive com o apoio do Dr. Teixeira, fiz carreira por aqui. Tenho orgulho em ter dois filhos que também seguiram a Medicina, Dr. Rafael, otorrino também (e que ‘roubou’ boa parte de meus pacientes) e Dr. Bruno, cirurgião plástico”, contou.
Já Dra. Letícia afirmou que a ‘veia médica’ foi de família, já que alguns familiares a influenciaram à carreira, principalmente pela admiração que tinha por um tio médico. “E olha que não foi fácil passar no vestibular! Mas, consegui e graduei-me pela Faculdade de Volta Redonda/RJ, um sonho realmente realizado. A Pediatria foi uma escolha talvez porque essa faculdade formava e forma muitos bons pediatras e tínhamos uma Cadeira de profissionais excelente, como é até hoje, que me fez apaixonar em ser Pediatra. Recordo que no meu primeiro dia de Residência já fui escalada ao Plantão. As experiências profissionais que tive, com a quantidade de vivências e casos, inclusive em UTI Neonatal, fizeram com que nada mais me abalasse nesta área. Hoje nada me assusta, sei o que fazer, como atuar. Por isso, digo a vocês: a faculdade dará uma base, que precisa ser sólida, mas é no cotidiano que o aprendizado, de fato, se concretiza. E, por fim, gostaria de deixar uma reflexão: o que vocês farão para se diferenciarem na Medicina? Daqui a poucos anos teremos muitos médicos! Acredito que um dos caminhos aos futuros profissionais seja também empreender junto à Medicina ou até à parte dela, mas vocês precisam achar uma maneira de se diferenciarem e, assim, obterem mais êxito em suas carreiras”, concluiu Dra. Letícia, graduada há 11 anos.
Após contarem um pouco de suas experiências, os três médicos responderam a perguntas dos alunos, agradecendo a oportunidade de estarem presentes à Jornada de Medicina.
