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Marito e o saxofone: Mais de 60 anos de paixão pela música

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Com uma carreira consagrada, inclusive no exterior, hoje ele faz parte do tradicional grupo rio-pardense Samba do Chicão (créditos: Isabel Cristina Venezian)

Ele é carismático, talentoso e esbanja muita vitalidade e fôlego aos 74 anos para tocar seu inseparável saxofone! Por trás do jeito simples e fala mansa que conquista a todos se esconde um grande músico, que apesar de nunca ter ‘sentado num banco de escola de música’, como ele mesmo relatou, aprendeu a tirar as melhores notas e acordes desse instrumento, que o acompanha por mais de 60 anos.

Nossa matéria destaque de hoje contará um pouco da história de Mário Saleme Júnior, o popular Marito. Ele, que é paranaense, viveu por mais de cinco décadas em São Paulo, mas acabou adotando São José do Rio Pardo como seu local de tranquilidade e trabalho agora na Melhor Idade.

Com uma ampla carreira como saxofonista, principalmente em conjuntos musicais como o inesquecível Super Som T.A.,sucesso nas décadas de 70 e 80, Marito se apresentou pela América Latina e também na América do Norte, a exemplo de cidades como Nova Iorque e Washington, nos Estados Unidos.

Embora sua paixão seja o saxofone, Marito iniciou sua trajetória na música por meio de outro instrumento, influenciado pelo pai. Querem saber qual? Acompanhem a entrevista, na íntegra, abaixo.

Natália Tiezzi Manetta: Marito, é verdade que o saxofone não foi seu primeiro instrumento musical?

Mário Saleme Júnior: Sim. Na verdade, meu primeiro instrumento foi a flauta, por influência de meu pai, que foi um grande flautista. Aprendi a tocar flauta aos 9 anos.

E qual o motivo de mudar da flauta para o sax?

Em 1957, quando minha família veio do Paraná para São Paulo (capital) ouvi o incrível Jonh Coltrane, um saxofonista americano, tocar. Aquele som me cativou tanto que eu disse: é esse instrumento que quero tocar! Comprei um saxofone e confesso que nunca fui um ‘músico de banco de escola’. Comecei a tocar sax aos 13 anos, com grandes nomes da música e do saxofone como Nelson Ayres, Roberto Sion, brasileiros, e Hector Costita, argentino e um dos maiores saxofonistas que já conheci.

Qual a sua maior inspiração?

Vou citar dois gêneros que me marcaram muito: a Bossa Nova, principalmente pela improvisação que me permitia e, claro, a Jovem Guarda.

Você participou de algum conjunto musical?

Sim! Um que me marcou muito foi o Super Som T.A., de renome nacional e internacional. Permaneci por quase 20 anos e tocava sax e, às vezes, a flauta transversal.

Algum momento lhe marcou nestas apresentações?

Muitos! Sempre me recordo com muita saudade das apresentações que fizemos nos Estados Unidos. Tocamos muito para grupos e colônias de brasileiros em Nova Iorque e Washington.

Apesar de optar pelo sax, a flauta transversal também acompanhou Marito em diversas apresentações

Qual sentimento o saxofone te desperta?

Paz, felicidade. Quando estou com meu sax é meu momento feliz! O som que ele produz é muito próximo da voz, principalmente o sax tenor, e isso sempre me emocionará!

Vamos falar um pouco sobre vida pessoal. O que o motivou a vir para São José?

Até isso tem a ver com música! Minha esposa, a Selminha, é daqui de São José, a família dela é daqui! Ela foi cantora e também cantou em alguns conjuntos musicais, a exemplo do Super Som RR e o Esquema Nove, do irmão dela, o Cilinho. Certo dia eu vim fazer um baile aqui com o Super Som T.A. O pianista era casado com a irmã da Selminha. Foi então que fomos apresentados durante aquele baile na sede do Rio Pardo Futebol Clube. Nos casamos e fomos morar em São Paulo, onde fizemos nossa vida. Há tempos queria vir para São José, mas para morar, já que visitávamos sempre. Porém, por conta de trabalho, inclusive me apresento em um restaurante na capital há 18 anos, fomos adiando. Até que dois anos atrás decidimos e cá estamos.

Como aconteceu o convite para participar do Samba do Chicão?

Foi através do João Modesto, que eu já conhecia. Uma vez disse a ele que estava em São José e que daria uma ‘canja’ junto com o Samba do Chicão. Fui, toquei no bar do Chicão e nunca mais sai!

Marito e o Samba do Chicão: O som marcante do saxofone que faz a diferença no samba

Como você descreveria essa experiência com o Samba justamente tocando saxofone?

É uma grande experiência, pois o sax combina muito bem com o samba. O som dele é um diferencial. Além disso tenho a chance de ir às escolas por meio do Projeto ‘Samba do Chicão nas Escolas’. Esse contato com as crianças é muito gratificante. É muito bom ensina-las um pouco sobre esse instrumento que tanto gosto, meu companheiro de uma vida!

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