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Jovem rio-pardense brilha no Cirque du Soleil

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Aos 23 anos, Vinícius teve o 1º contato com as artes através da Casa de Cultura e Cidadania de São José

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Tudo começou aos 13 anos, quando o então adolescente Vinícius Vasconcelos da Silveira passou a frequentar a Casa de Cultura e Ciudadania de São José do Rio Pardo. O local se tornou um celeiro cultural da cidade e possibilitou o primeiro contato das crianças e jovens com a Arte através de inúmeras atividades, como a Dança, a Ginástica, etc.

No caso de Vinícius, ambas passaram a fazer parte de sua rotina. “Decidi entrar na Casa de Cultura porque sempre gostei de fazer esporte ou alguma atividade que movimentasse o corpo, e também porque fui assistir a inauguração do espaço e gostei muito do que vi. Eu fazia as aulas de ginástica artística e dança, duas artes que me apaixonei”, contou o rio-pardense em entrevista, diretamente de Montreal, onde reside atualmente.

Nesta época, Vinicius teve um grande incentivador, o professor Rodrigo Ramos, já conhecido dele pelas aulas de futsal que havia frequentado. “Ele foi a pessoa que me ensinou os primeiros passos nas acrobacias e fez com que eu gostasse muito pela maneira que realizava suas aulas. Depois de algum tempo participei de algumas competições de ginástica junto com uma equipe que tínhamos na Casa de Cultura e foi uma experiência incrível!”, lembrou.

Mas, não foi apenas na Ginástica que Vinícius se destacou. A participação dele em uma companhia cênica fez com que despertasse uma nova paixão, o circo. “Em 2012, entrei para a companhia cênica “Cia Aruanã” e foi onde eu tive o primeiro contato com a arte de forma profissional, pois fizemos uma audição para poder fazer parte desta companhia e também tínhamos uma remuneração para isso. E foi quando comecei a juntar tudo que eu havia aprendido na ginástica e aplicar na arte circense”, explicou. 

A arte foi apresentada ao jovem rio-pardense por meio das atividades propostas pela extinta Casa de Cultura e Cidadania

CIRCO: UMA NOVA RAZÃO PROFISISONAL DE VIVER

Antes, porém, do contato profissional com o circo, Vinicius, como a maioria das crianças, foi levado pelos pais para assistir aos espetáculos. Sempre tive uma paixão bem grande pelo circo…. Meus pais sempre me levavam quando tinha algum pela cidade e isso fez com que eu pudesse conhecer e amar ainda mais esse incrível mundo de magia”.

Em 2014, Vinicius passou por uma reviravolta em sua vida, todavia isso não o fez se afastar da arte, mas enxerga-la de vez como uma oportunidade profissional. “Neste ano me mudei para Pelotas/RS e passei a fazer parte de uma companhia de circo que se chamava Grupo Tholl, onde permaneci por 5 anos. Este período me fez crescer muito, tanto como artista e também como pessoa, pois conheci muita gente e viajei para vários lugares do Brasil apresentando espetáculos. Digo sempre que este grupo foi uma grande escola para mim, pois em cinco anos ali eu me sustentava e levava minha vida somente com a remuneração que este trabalho me dava e isso fez com que pudesse ver como era a vida de morar sozinho, além de criar diversas responsabilidades”.

Amor às acrobacias: dedicação que levou Vinicius ao Cirque Du Soleil

A OPORTUNIDADE PARA INTEGRAR O CIRQUE DU SOLEIL

A dedicação e o comprometimento de Vinicius às artes ao longo destes 10 anos fez com que lhe surgisse a oportunidade que todo artista circense almeja em sua carreira profissional: integrar a companhia de circo mais importante do mundo, o Cirque Du Soleil. “No final de 2018 recebi uma proposta, junto com dois amigos, para fazer uma temporada em Londres junto com um Circo que se chama “Circus 1903” e ficamos o período de dezembro daquele ano até janeiro deste ano por lá. Realizamos 32 apresentações no Southbank Center um teatro que fica no centro de Londres. Logo depois desta temporada eu recebi a proposta de fazer parte do espetáculo “Amaluna” do Cirque du Soleil. Não dá para traduzuir em palavras a felicidade que fiquei quando recebi essa notícia, pois era algo que eu sempre havia sonhado como profissional”.

Após essa apresentação, Vinícius foi convidado a passar por um processo de treinamento na sede da Companhia, em Montreal. “Ficarei aqui em Montreal por um mês e meio ensaiando e treinando e depois me junto ao elenco de um novo espetáculo, que passará por uma temporada pela América do Norte”.

Sobre a nova apresentação, Vinicius adiantou que fará o número de “teeterboard”, que parece muito uma gangorra, onde realizará diversas acrobacias.

Apesar de ter estar realizando seu grande sonho profissional, o jovem rio-pardense não esqueceu suas origens e o local que o despertou às artes. “A Casa de Cultura foi a responsável por dar o ponta pé inicial em tudo. Ali esse sonho se despertou completamente dentro de mim e ali também decidi que era daquilo que eu queria viver e seguir para o resto da minha vida! Todos daquela equipe maravilhosa fazem parte da realização desse sonho. Os anos que passei na Casa foram incríveis, não só para mim, mas para todas as outras crianças que também passaram por lá”, ressaltou.

O jovem finalizou destacando o incentivo de seus pais em sua carreira que, para ele, foi e é essencial. “Sem dúvida, meus pais foram minha base durante toda essa caminhada. Desde o primeiro momento que falei que queria ser um artista eles nunca disseram para eu esquecer isso e fazer alguma outra coisa, ao contrário: sempre me incentivaram e me deram todo o apoio do mundo. Agradeço muito a eles pela força que eles me deram e me dão todos os dias, mesmo de longe”, concluiu.

Pausa nas atividades: Vinicius (no meio, com o celular), se divertindo com os amigos nos bastidores de mais uma apresentação
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