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Vereadora Thaís Nogueira destaca o mandato coletivo e o trabalho pela justiça social

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Com apenas 24 anos, ela também destacou que dedicará seu mandato às mulheres

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Em sequência às entrevistas com os novos vereadores, o www.minhasaojose.com.br entrevistou a jovem Thaís da Silva Nogueira, eleita para seu primeiro mandato na Câmara. Ela atuará por meio de um mandato coletivo, juntamente com sua parceira legislativa Elaine, sendo essa uma nova forma de vereança na Casa.

A vereadora, que tem 24 anos e é licenciada em Ciências Sociais, destacou que ambas pretendem trabalhar pela justiça social. Ela também falou sobre ativismo e da representatividade das mulheres na Câmara, inclusive negras.

“O mandato Ativista ocupa a sétima cadeira feminina na história da câmara e, negra, somos a segunda cadeira, salvo engano. Quantas cadeiras tivemos ocupadas por homens brancos? A resposta indica que o município carece de políticas envolvendo equidade de gênero e raça”, observou.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Thaís, foi a primeira vez que disputou uma eleição? Por que optou pela candidatura?

Thaís da Silva Nogueira: Sim, primeira vez. Foi uma indicação do coletivo feminista Mulherio. Existia a necessidade de eleger alguém que realmente ouvisse as nossas demandas. O grupo me indicou e dentro da possibilidade de um mandato coletivo a Elaine também foi indicada. Foram meses estudando a possibilidade e entendendo a nossa capacidade de ocupar um cargo na Câmara

Você esperava vencer ou foi uma surpresa?

Nós trabalhamos muito! Todos os candidatos da nossa chapa trabalharam. Eu gostaria, inclusive, de agradecer o trabalho duro e verdadeiro que todos os candidatos do Partido dos Trabalhadores realizaram durante esta campanha eleitoral, juntamente a nós. Eu soube que estávamos eleitas pelo prefeito Márcio Zanetti, depois de uma longa espera pela apuração de votos. Foi emocionante saber que a população legitima o nosso trabalho e que confia em nós para representá-la.

Quais serão suas metas na Câmara e em quais áreas pretende trabalhar com mais ênfase?

Estamos na presidência da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social. Atuamos e temos um modesto conhecimento de causa nas questões sociais. Mas as funções ligadas à vereança não podem ser seletivas. Estamos eleitas para cuidar do bem coletivo e trabalhar pela justiça social.

Thaís, que é licenciada em Ciências Sociais, dividirá a cadeira na Câmara com Elaine, no chamado mandato coletivo

A sociedade ainda sabe e compreende pouco sobre o ativismo, as causas sociais. Gostaria que comentasse um pouco dessa sua participação nestes grupos antes de se eleger.

Os movimentos sociais, historicamente, são uma resposta de enfrentamento à manutenção política destinada a uma elite higienista e preconceituosa que, na maioria das vezes, visa o lucro, mesmo que este custe a miséria humana. E, não satisfeitos, nos colocaram durante um bom tempo no papel de oportunistas por aceitar as “migalhas” do governo, mesmo nos negando o que está garantido por lei. Por este motivo é que temos a necessidade de nos organizar. As Mulheres de São José do Rio Pardo se uniram para reivindicar os direitos (Coletivo Mulherio) e o Movimento Negro também se levantou (MORICAB). Precisamos parar de achar a desigualdade social normal, justificando-a com a palavra “mérito”.

Muita gente ainda acredita que ser ativista é ser contra religião e família. O que você teria a dizer sobre isso?

Cresci na fazenda Itaiquara. Minha mãe e meu pai criaram o meu irmão e eu na igreja católica, participei de encontros de jovens do Focolare e da Renovação Carismática durante muitos anos, também toquei no coral, fui catequista e nada disso me impediu de ser ativista, muito pelo contrário. A regra de ouro do Movimento dos Focolares justamente é que precisamos amar ao outro como nos amamos, como Jesus nos ama. E como vou amar o outro como Jesus me ama se não busco uma sociedade mais justa? Se me sento para criticar um governo corrupto e genocida sem agir? Como não amar o próximo que é gay? Que é negra e negro? Que pensa diferente? Que peca? Como falar de religião sem julgar para não ser julgado? Precisamos estar atentos e atentas à verdadeira lição que as religiões pretendem ensinar; do contrário, caímos no moralismo, na falta de informação e no julgamento.

Você é a segunda mulher nos últimos anos a compor a Câmara. Pretende também fazer um mandato voltado às mulheres?

O mandato Ativista ocupa a sétima cadeira feminina na história da câmara e, negra, somos a segunda cadeira, salvo engano. Quantas cadeiras tivemos ocupadas por homens brancos? A resposta indica que o município carece de políticas envolvendo equidade de gênero e raça.

O que a população pode esperar da Thais vereadora?

Nós vamos trabalhar para atender às necessidades da população dentro da Câmara de Vereadores e dar um novo sentido à participação cidadã na política.

O que mais aprendeu durante o curso de formação de vereadores promovido pela Câmara?

Foi essencial tudo que foi abordado no curso, os processos internos, a explicação sobre a função do Ministério Público etc. Acredito que o mais importante foi a ênfase dada por todos os palestrantes, no cuidado que precisamos ter ao representar uma cidade que acredita no nosso trabalho.

O que espera do governo de Márcio Zanetti, já que o apoiou na eleição?

Trabalho! Durante a campanha ele se comprometeu muito a buscar melhorias, falou em mudanças significativas na educação e demais pastas e até então não tem sido diferente. De qualquer forma, nós estamos atentas e dispostas para atuar no que for preciso.

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