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Reunião em Rede abordou assuntos ligados à vulnerabilidade social de estudantes

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Reunião foi proposta pela vereadora Thais Nogueira com o objetivo de ouvir demandas, discutir e propor resolutiva de problemas

Na manhã de quinta-feira, dia 29 de abril, foi promovida a 1ª Reunião em Rede para abordagem de assuntos relacionados à vulnerabilidade social de estudantes rio-pardenses de escolas municipais e estaduais.

A reunião foi conduzida pela vereadora Thais Nogueira, cujo mandato também é voltado às questões sociais, inclusive no âmbito escolar. Também participaram da reunião representantes de diversos órgãos que promovem essas políticas públicas como a Secretaria Municipal de Assistência e Inclusão Social, a Secretaria Municipal de Educação, Conselho Tutelar, CRAS, além de diretores e coordenadores de escolas estaduais e municipais e também da ETEC Rio Pardo.

“Nosso objetivo com a Reunião em Rede é ouvir cada segmento, inclusive suas dificuldades e demandas acerca desses alunos que se encontram em vulnerabilidade social, identifica-los e tentar unir ações para minimizar ou resolver o problema que, como já mencionei em plenário, vai muito além da falta de alimentação”, explicou a vereadora.

Um dos problemas levantados pela vereadora também foi a questão da violência entre os alunos, inclusive citando alguns casos recentes.

A diretora da Escola Estadual Euclides da Cunha observou que fatores que fogem da estrutura escolar podem contribuir para esse tipo de violência. “Nossa escola, por exemplo, fica em meio a muitos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas e os alunos querem frequentar a praça. É um absurdo esse tipo de comércio próximo às escolas”, relatou.

Diretores também destacaram o papel do professor na identificação desses alunos em situação de vulnerabilidade. A diretora da escola Natal Merli observou que grande parte dos problemas vem ‘de fora para dentro’ da escola, ou seja, são problemas de cunho familiar que acabam refletindo no aluno e em seu desempenho e comportamento escolares.

Violência entre os alunos foi um dos assuntos abordados na Reunião

“A falta de estrutura familiar causa muitos problemas aos alunos, que geralmente trazem até nós e conseguimos sana-los, na maioria das vezes, pois os pais ou responsáveis estão mais presentes na vida escolar das crianças, mas não é fácil, pois às vezes a própria família desse aluno não tem estrutura para resolver inúmeras questões”.

Thais observou a importância do trabalho em conjunto para detecção desses problemas, que não devem ser apenas tratados no âmbito escolar. “Não adianta mais pensar nestes alunos apenas como ‘escola’. Temos que desenvolver uma ‘teia’, onde cada órgão faça a sua parte, mas sinto que ainda falta comunicação entre as escolas e estes órgãos públicos. Temos que corrigir isso e essas reuniões que acontecerão daqui para frente também têm esse intuito: o de detectar e sanar problemas para o desenvolvimento dessas ações junto aos alunos”.

ANSIEDADE CRESCEU NO RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS

Além dos problemas de cunho social abordados na Reunião, diretores e coordenadores atentaram à saúde mental dos alunos, que, em sua maioria, foi prejudicada por conta da pandemia e do isolamento social.

“A ansiedade tem sido recorrente entre muitos alunos, inclusive com crises. Tudo isso por conta do longo período de isolamento social que passaram e isso se refletiu na volta às aulas presenciais. Medo, insegurança, enfim, fatores que precisam ser levados em consideração e acompanhados por profissionais da área, como psicólogos”, disse a diretora da Escola Euclides da Cunha.

Sobre esses encaminhamentos e acompanhamentos psicológicos, diretores destacaram que rede estadual dispõe de profissionais que prestam atendimentos em grupos, porém a demanda está aumentando dia-a-dia.

Já pela rede municipal, que também relatou aumento no número de alunos com algum distúrbio psicológico, inclusive a ansiedade, geralmente os encaminhamentos são direcionados aos ESFs correspondente ao bairro onde o aluno reside para posteriores agendamentos e acompanhamentos. Muitos deles também passam pelo Conselho Tutelar e CRAS para as devidas providências.

Entretanto, conforme relatos de coordenadores e diretores municipais, a demanda também aumentou e é talvez seja preciso dispor de mais profissionais, horários e dias para atendimentos.

A vereadora Thais Nogueira agradeceu a participação de cada profissional e lembrou que ‘sozinho ninguém dá conta de sanar nenhum tipo de problema’. “Temos que envolver todos os setores para essa rede de comunicação, ouvir cada um e propor as melhorias a partir do que é abordado aqui. E hoje abordamos muitos temas que já podemos trabalhar para busca de melhorias. O objetivo sempre será a melhoria da qualidade de vida, principalmente dos alunos em situação de vulnerabilidade social”, concluiu.

Pandemia e isolamento social piorou quadros de ansiedade entre os alunos, que necessitam cada vez mais de apoio psicológico

Texto e fotos: Natália Tiezzi – Assessoria Parlamentar da Câmara Municipal.

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