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De aluno a professor: Eduardo Aguiar conta sua trajetória na música iniciada no Projeto Guri

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Interesse pela música surgiu através de um amigo; apesar de tocar vários instrumentos musicais, sua paixão é o violão

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Boas amizades podem transformar nossas vidas, abrir caminhos desconhecidos e até despertar um dom adormecido. E foi assim que aconteceu com o músico Eduardo Aguiar de Oliveira, que vem se destacando na música rio-pardense e na região, além de ensina-la para muitas crianças e jovens por meio de um projeto  que lhe abriu as portas aos acordes, o Guri.

Eduardo possui curso Técnico de Música no Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, além de curso em Violão Clássico pelo Conservatório de Tatuí (Polo São José do Rio Pardo) e já participou de grandes wokshops de música, tais como a Semana Assad, em São João da Boa Vista,  Encontro Internaiconal de Violonistas, entre outros também no Conservatório de Tatuí.

Em entrevista ao www.minhasaojose.com.br, Eduardo contou um pouco de sua trajetória na música, que iniciou quando tinha 14 anos, experiências, momentos marcantes, além dos problemas causados pela pandemia à classe artística. Ele também destacou o estilo musical que mais gosta de tocar e cantar, bem como seus projetos para o futuro, que incluem se arriscar como compositor.

“A música é a forma que diologo com o mundo. Ela moldou quem sou e como vejo a vida. Sou grato a Deus por ter me posto nesse caminho”, destacou.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Eduardo quando estudava no Conservatório Dramático em Tatuí: “Toquei muita música instrumental em praças públicas para ajudar na renda e poder permanecer na cidade”

Eduardo, por que você optou pela música como profissão? Você teve alguma influência de familiares, amigos?

Eduardo Aguiar: Meu primeiro contato com a música foi no Projeto Guri, por volta de meus 14 anos. Enquanto morador do Vale do Redentor tive o prazer de conhecer esse projeto maravilhoso, no qual hoje sou professor. Não há músicos em minha família, então o interesse surgiu por meio de um amigo que já frequentava o Guri. Sempre tive muito apoio de minha família para os estudos, o que me ajudou muito a seguir.

Quais locais estudou e qual professor mais lhe marcou?

Quando comecei a frequentar aulas de violão tive como primeiro professor e mentor Marcelo Caparroz, músico e professor famoso na nossa cidade e região. O objetivo inicial era tocar guitarra, pois o Rock era uma influência gritante antes mesmo de eu sequer pensar em ir pelo caminho da música. Mas, com o tempo, o violão e eu fomos ficando cada vez mais íntimos, e essa relação se aprofundou e já dura mais de  treze anos. Toco guitarra, mas o violão é meu verdadeiro amor! Aos 17 anos foi a idade em que surgiu a primeira oportunidade profissional na música. Juntamente com meu mentor e hoje amigo, Marcelo Caparroz, dávamos aulas na Fábrica de Expressão para cerca de 10 alunos por turma. Aprendi muito ensinando. Mas, acima de tudo, comecei a descobrir que sim, a música poderia sustentar a minha vida, seja financeiramente, emocionalmente, socialmente, etc. É uma paixão. Dei início ao estudo sério de música no Conservatório de Tatuí, Polo São José do Rio Pardo, no ano de 2011, aos 18 anos, onde estudei a música clássica instrumental no violão, que é chamado de violão erudito, e fui estudando paralelamente outros gêneros como o samba, choro e o jazz. No ano de 2014 fui morar na cidade de Tatuí por 5 meses para estudar no Polo do Conservatório de lá, que foi um grande aprendizado como músico para mim morar em uma cidade que respira música. Toquei muita música instrumental em praças públicas para ajudar na renda e poder permanecer na cidade. Foi um grande aprendizado, não só musical, mas como ser humano. Em 2018, tive outro grande momento e um salto em minha carreira. Comecei a me apresentar profissionalmente em barzinhos e começando a cantar, focando mais no trabalho com a voz. Era só eu e meu violão animando festas, eventos, etc. Seja noturno ou diurno, com estilos musicais como a MPB, samba, pop-rock, música nordestina e o que mais o povo pedia.

Hoje você vive da música?

Sim, vivo da música. Desde 2015 sou educador musical no Projeto Guri de Tapiratiba, o que é um motivo de orgulho ajudar jovens a conhecerem a música e o violão, do mesmo modo que também fui ajudado. Ainda dou aulas particulares de violão e de viola caipira. Também me apresento como cantor e violonista em barzinhos, festas, eventos, etc, em Rio Pardo e região.

Eduardo com o percussionista Paulinho Gardin no Projeto “Dois Brazucas”

E como está sendo para você enfrentar a pandemia?

Infelizmente eu também venho encontrando dificuldades em meio a pandemia. Sem poder me apresentar ao vivo, o orçamento vai ficando limitado enquanto as contas não param de chegar. Ainda tenho as aulas particulares e o Projeto Guri, que se não fossem essas fontes de renda, não sei mais o que poderia fazer…

Qual estilo musical que mais gosta de tocar e cantar? E qual música não pode faltar em suas apresentações?

Temos uma das melhores músicas do mundo, por isso, sou apaixonado em tocar em meus shows gêneros como samba e Mpb. É muito gratificante poder levar a nossa música brasileira de qualidade para frente. A música que não pode faltar em meu show é o samba “Trem das onze”, de Adoniran Barbosa.

Além do violão, quais instrumentos você também toca?

Também toco viola caipira e guitarra.

Você é intérprete ou também compositor?

Por hora, somente sou intérprete. Mas pretendo sim fazer minhas próprias composições futuramente!

Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?

Foi tocar música instrumental com a Orquestra Brasileira Inclusiva no Teatro Municipal de São João da Boa Vista, este teatro lindo, com 100 anos de existência. Foi uma realização tocar duas vezes neste teatro nos anos de 2018 e 2019, toquei violão e viola caipira com este lindo projeto do Maestro Carlos Henrique Toni, que leva pessoas especiais a tocar nesta orquestra com músicos profissionais.

Com o mestre do violão Sérgio Assad em São João da Boa Vista

Eduardo, geralmente você se apresenta solo ou com mais músicos?

Me apresento bastante solo com voz e violão levando meu nome Eduardo Aguiar e também tenho um trabalho muito bacana chamado “Dois Brazucas”, com o percussionista Paulinho Gardin fazendo um som acústico, em que ele toca em um instrumento chamado Cajon e um kit de percussão brasileira.

Qual é a sua maior inspiração na música (cantor, compositor)?

Milton Nascimento e Djavan são minhas maiores inspirações. Gênios que inspiram não somente eu, mas todo músico que gosta do que é refinado e verdadeiro. Canções poéticas, sensíveis e motivadoras. Cantam melodias com puro sentimento. São riquezas da cultura brasileira.

O que a música representa em sua vida?

Puxa… Música é lazer, trabalho, família… Levo o violão em tudo na minha vida. A música é a forma que dialogo com o mundo. Ela moldou quem sou e como vejo a vida. Sou grato a Deus por ter me posto nesse caminho!

Para finaizar, que mensagem você deixaria para as crianças e jovens que sonham em se dedicar e viver de música?

A mensagem que deixo para aqueles que desejam viver de música é: viva a música. Sinta a música. Abrace a música. Deixe ela te conduzir. Música é um estilo de vida. É estudar muito, ouvir muito. Passar horas tocando e ainda sim querer mais. Música nada mais é do que cantar a vida e as nossas verdades.

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