Dia do Psicólogo: Ana Amélia J. Capuano destaca a essência da complexa profissão nos dias atuais

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Psicologia. Uma ciência que que estuda o comportamento humano e as funções mentais, com o objetivo de compreender os processos psicológicos que influenciam o indivíduo. Parece complexo e, de fato, é.

E você, leitor e internauta, já parou para pensar como os psicólogos e psicólogas atuam, sentem (sim, eles também têm sentimentos, medos, angústias, assim como você) e vivenciam suas carreiras no dia-a-dia quase sempre agitado de trabalho?

Em alusão ao Dia do Psicólogo, lembrado neste 27/08, o site e jornal online Minha São José, homenageia esses verdadeiros heróis, cujos trabalhos já não se limitam apenas a um consultório ou divã, por meio da psicóloga Ana Amélia Junqueira Capuano.

Ela atua na área desde 2007, possui pós-graduação e em Neuropsicologia, formação em Transtorno do Neurodesenvolvimento, tendo como mentor o Dr. Tiago Castro, pós-graduanda em Neurociência e Autismo, e proprietária do Ressignificar – Espaço Terapêutico.

Ana Amélia destacou a importância do psicólogo a uma sociedade que necessita cada vez mais tratar a Saúde Mental, bem como preveni-la, o que fez com que a Psicologia abrisse as portas dos consultórios e clínicas e ganhasse outros espaços à terapia. “Hoje, ao contrário de décadas atrás, o psicólogo caminha pelos corredores das escolas, está presente nas empresas, nos hospitais, nas instituições e em cada espaço em que o ser humano precisa ser compreendido em sua totalidade”, afirmou.

A psicóloga também observou outra vertente da Psicologia na atualidade, “que tem se consolidado como um campo de cuidado integral, que não apenas trata dores emocionais, mas também previne sofrimentos e promove saúde”.

Sobre como definiria um bom psicólogo, ela foi enfática: “ele é, acima de tudo, um facilitador de encontros do indivíduo consigo mesmo e com o mundo que o cerca”.

SAÚDE MENTAL NA ATUALIDADE: COMO A EMPATIA E A ESCUTA TRANSFORMAM VIDAS

Para Ana Amélia, a Psicologia se tornou “um” porto e “o” porto seguro de muita gente e, além das técnicas, o psicólogo precisa atuar com empatia, que vai do acolhimento à escuta.

“Nunca se falou tanto em saúde mental como atualmente. O ritmo acelerado, as pressões sociais, a cobrança por desempenho e a falta de tempo para simplesmente sentir têm adoecido tantas pessoas… Nesse cenário, a Psicologia surge como um porto seguro: um espaço para respirar, ressignificar e reencontrar forças. Acolher, muito mais do que qualquer técnica, e escutar, muito mais que usar os ouvidos, têm sido essenciais para que o psicólogo compreenda as reais necessidades de seus pacientes”

A psicóloga ressaltou que escutar de verdade é um ato raro e poderoso. “A empatia, quando aliada à escuta atenta, tem o poder de curar feridas invisíveis e abrir caminhos antes bloqueados pelo silêncio. Muitas vezes, a transformação não acontece por grandes respostas, mas pelo simples gesto de alguém se sentir visto, compreendido e acolhido. A empatia não resolve todos os problemas, mas ilumina o caminho para que cada pessoa encontre, em si mesma, a força de seguir adiante”.

QUEM CUIDA TAMBÉM PRECISA SER CUIDADO

Por vezes tem-se a ideia que o psicólogo é aquele que ‘conserta’ tudo em nossas mentes, que equilibra, que ‘salva’, que com um ‘toque mágico’ reestabelece o que estava ‘quebrado’ ou ferido dentro de nós.

Cuidar da mente alheia não é fácil, e quem cuida da dos outros também precisa cuidar da sua própria Saúde Mental, tanto que psicólogos, não por opção, mas por necessidade fazem terapias, acompanhamentos psicológicos para tratar de suas questões ligadas à profissão, mas também para serem acolhidos, ouvidos em suas necessidades particulares. Embora pareçam ter super poderes, eles são seres humanos como todos nós.

“A Psicologia me ensinou que ser humano é, antes de tudo, ser imperfeito. É carregar dores, dúvidas, medos e, ainda assim, ser capaz de criar, amar, recomeçar. Aprendi que cada pessoa traz em si uma história única, que merece ser ouvida sem julgamento e com respeito. O ser humano é feito de luz e sombra, de fragilidade e força e é justamente nessa mistura que reside sua beleza e sua capacidade de transformação. Conosco, psicólogos, nada disso é diferente, ao contrário: por lidarmos com situações, sintomas, diagnósticos tão diferentes junto aos pacientes, sentimos a necessidade de também sermos acolhidos em nossas fragilidades e tratar nossa Saúde Mental, pois sem ela fica praticamente impossível tratar das demais”, afirmou.

UM CUIDADO NECESSÁRIO À HUMANIDADE

Para encerrar o gostoso bate papo, Ana Amélia chamou a atenção para que todos cuidem da Saúde Mental. “Cuidar dela não é mais luxo, é necessidade. É entender que, assim como o corpo precisa de atenção, a mente também precisa de descanso, acolhimento e cuidado. Parabéns a todos os psicólogos que fizeram e fazem dessa profissão a abertura para um novo caminho, mais seguro, confiante e pleno a tantos pacientes”, concluiu.