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“Suicídio” foi abordado pelo Bombeiro Civil Joel Silva na Tribuna Livre do Legislativo

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Joel destacou que o número de tentativas de suicídio aumentou consideravelmente nos últimos anos em Rio Pardo

O ‘Suicídio’ foi o tema abordado durante Tribuna Livre, promovida na tarde de terça-feira, dia 5, na Câmara Municipal. O assunto foi explanado pelo Bombeiro Civil Joel Marcos da Silva, cujo pedido à participação ocorreu por meio do vereador Gabriel Navega.

Joel destacou que os números de tentativas de suicídio aumentaram nos últimos anos em São José do Rio Pardo. “Em 2020 foram registradas 26 tentativas, com sete consumados. Já em 2021 foram 56 tentativas, com cinco consumados. E entre janeiro e abril deste ano já houve 17 registros de tentativa, com dois casos consumados. São números alarmantes, que merecem a atenção do Poder Público, principalmente na realização de campanhas educativas e informativas sobre esse tema, que é muito complexo e sensível, mas tão necessário ser abordado em sociedade”, disse.

O Bombeiro Civil também chamou a atenção para que as pessoas não condenem ou julguem quem pretende ou realmente comete o suicídio. “As pessoas não têm noção de como comentários podem ser pejorativos. Quem comete suicídio está passando por momentos difíceis onde, erroneamente, muitos pensam que tirar a própria vida vai resolve-los. Portanto, se você não tem nada de bom para falar, cale-se. O seu silêncio pode salvar uma vida”, destacou.

Silva observou que o suicídio já é tratado como problema de saúde pública. “Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio é a 4ª maior causa de morte no mundo entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, jovens entre 20 e 39 anos são os que mais cometem o suicídio, sendo que essa faixa etária é a que também mais sofre com as crises econômicas, aumento do desemprego. Em 2021, a taxa de desocupados no Brasil, entre cidadãos de 25 a 39 anos era de 33,9%. A falta de emprego ou mesmo de uma ocupação podem levar uma pessoa a cometer suicídio sim. Costumo dizer que a imaginação é o ensaio da ação. Pessoas que já pensam em tirar a própria vida ficam procurando formas de fazer isso, ainda mais quando estão desocupadas ou preocupadas em como sobreviverão sem um emprego, etc”.

FATORES DE RISCO E SINAIS DE ALERTA

O Bombeiro Civil informou sobre alguns fatores de risco ao suicídio, entre eles o alcoolismo, a idade, como destacado anteriormente,  consumo de drogas ilícitas, síndrome de burnout (distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade), esquizofrenia, depressão, estresse/ansiedade, além do sexo.

“Segundo dados, a maior incidência de tentativas de suicídio está entre as mulheres, com 69% contra 31% de homens. Entretanto, desse total, 21% das mulheres realmente cometem o suicídio, ao contrário dos homens, cuja consumação chega a 79%. As mulheres pensam mais antes de tirar a própria vida até pelo instinto maternal que possuem. Grande parte fica apenas na tentativa, ao contrário dos homens, cuja maioria realmente comete o suicídio”.

Ele também destacou alguns sinais de alerta que a família e os amigos podem ficar atentos como falar sobre querer se matar ou com conteúdo de despedida; falar que é um ‘peso’; aumento do consumo de álcool ou drogas ilícitas; alteração de comportamento: mais agitados ou isolados; alterações no sono; alterações no humor; postagem em redes sociais, organizar documentos.

Ele reforçou a ideia, junto aos vereadores e ao Executivo Municipal para que ocorram mais campanhas educativas e informativas à prevenção do suicídio para toda a população

FATORES DE PROTEÇÃO: NÃO TENHA VERGONHA DE PROCURAR AJUDA!

Da mesma foram como há fatores de alerta, Joel destacou que há fatores de proteção para pessoas que estão passando por problemas, seja de qualquer ordem. Um dos principais deles é a boa relação familiar, além da integração social, escolaridade, esportes, os quais auxiliam na prevenção de transtornos psiquiátricos.

“Muitas vezes essa pessoa que tenta o suicídio realmente quer chamar a atenção porque ela está passando por um problema que não vê solução. Por isso é tão importante a aproximação familiar, o diálogo, a confiança na família, que pode auxiliar bastante na proteção a esse ente querido”.

Há também outros fatores de proteção, entre eles o acesso a serviços de saúde, segurança, saber lidar com estressores, resolução de problemas, além da religiosidade e espiritualidade.

“Ninguém precisa ter vergonha de procurar ajuda e esse auxílio, muitas vezes, é por meio de profissionais como psicólogos, psiquiatras ou mesmo através da religião ou crença de cada um. O importante é buscar ajuda e realmente ter essa ajuda, esse apoio, esse compreendimento para que a pessoa possa sair dessa situação, como muitos já saíram, superaram”.

Além dessas alternativas de auxílio, Joel Silva ainda destacou o CVV – Centro de Valorização da Vida, por meio do “Disk 188”. “Os atendimentos são realizados 24 horas, com profissionais capacitados, que vão ouvir e orientar essas pessoas que necessitam de ajuda, inclusive de maneira sigilosa, sem nenhum julgamento”.

Ao final da explanação, o Bombeiro Civil respondeu a questionamentos dos vereadores e público, e deixou uma mensagem final. “Gostaria que a Câmara, o Executivo, enfim, entidades, pensassem na possibilidade de promover campanhas de prevenção ao suicídio, além de auxiliarem na difusão de informações. E para aqueles que estão passando por um momento difícil, onde não vislumbram uma solução, pensem, reflitam: tirar a vida não vai resolver seu problema. Falar, buscar ajuda é a melhor solução. E, para concluir: não julguem a dor do próximo – ofereça apoio. Conversar também é acolher”, finalizou.

Texto e fotos: Natália Tiezzi – Assessoria Parlamentar da Câmara Municipal

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