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Nutricionista Bruna Franchi destaca a importância do leite materno à nutrição dos bebês

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Bruna observou que “não existe leite fraco, afinal todos eles apresentam semelhanças nutricionais entre as mães que estão amamentando, possuindo nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê”

Entrevista e texto: Natália Tiezzi – Assessoria de Imprensa Santa Casa/SAVISA

Em alusão ao Agosto Dourado, mês de apoio e incentivo à amamentação, a Operadora SAVISA e o www.minhasaojose.com.br, abordarão a importância do aleitamento materno na visão de diferentes profissionais, que são credenciados ao plano de saúde. Iniciaremos a série de entrevistas com Bruna Soares Vitto Franchi, Nutricionista formada pela Universidade Federal de Alfenas e pós graduada em Nutrição Clínica Funcional e Hospitalar pelo Hospital Albert Einstein -SP. Ela integra a equipe domiciliar do SAVISA há 6 meses, além de consultório particular na Clínica Le Viver.

Confiram, abaixo, a entrevista na íntegra.

Bruna, por que é importante que as mamães amamentem exclusivamente seus bebês até os 6 meses de idade?

Bruna Soares Vitto Franchi: O leite materno atende plenamente aos aspectos nutricionais, imunológicos, psicológicos e ao crescimento e desenvolvimento adequado de uma criança no primeiro ano de vida, período de grande vulnerabilidade para a saúde da criança. Ele fornece toda a energia e os nutrientes de que o recém-nascido precisa nos primeiros meses de vida. O leite materno contém linfócitos e imunoglobulinas que ajudam no sistema imune da criança ao combater infecções e protegendo também contra doenças crônicas e infecciosas, e ainda promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança. Lembrando que o leite materno apresenta todas as qualidades necessárias para o correto crescimento do bebê até os 6 meses. No período entre 6 meses a 1 ano o aleitamento continua muito importante pois através dele a criança conseguirá mais da metade das necessidades nutricionais juntamente com a alimentação sólida.

É verdade que existe leite materno fraco? Ou pouco leite? Como as mamães podem verificar se estão produzindo leite de forma ideal?

Não existe leite fraco, afinal todos eles apresentam semelhanças nutricionais entre as mães que estão amamentando, possuindo nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê. O organismo da mulher tem a capacidade de produzir o leite que seu bebê necessita, por exemplo, em dias mais quentes o leite pode conter mais água para melhorar hidratação do seu bebê. Estudos mais recentes mostram que a alimentação da mãe altera a microbiota (flora bacteriana do intestino) materna (portanto altera a microbiota que a mãe fornece ao filho) e modifica alguns componentes do leite (como excesso de gordura, por exemplo) o que também programa o desenvolvimento da microbiota do neonato (favorece o crescimento de algumas bactérias em detrimento de outras). Uma microbiota desequilibrada pode favorecer a longo prazo o surgimento de intolerâncias alimentares, doenças crônicas como diabetes e obesidade entre outras.

Já a baixa produção de leite materno é possível sim porque depende da ingestão hídrica da mãe, pega correta do bebê e uma rede de apoio que ajude essa mãe a amamentar. Sabemos que esse aleitamento está sendo eficiente acompanhando desenvolvimento do bebê (consulta pediátrica).

Bebês que mamam no peito tendem a engordar menos do que aqueles que utilizam fórmulas?

Ganho de peso é apenas um dos parâmetros de desenvolvimento adequado do bebê, não é o principal! Existem bebês em aleitamento exclusivo que ganham peso mais rapidamente do que os bebês alimentados via formula e vice versa, não é uma regra! O importante ter uma avaliação individualizada!

Bebê gordinho é sinal de bebê saudável?

Bebê gordinho nem sempre é sinal de saúde. Importante ter acompanhamento médico e investigar as causas! Excesso de gordura corporal aumenta o risco para obesidade infantil e adulta, doenças crônicas como diabetes e hipertensão, entre outras complicações pulmonares, cardíacas, articulares, além do impacto negativo emocional e social que essa criança pode enfrentar.

“Crianças em aleitamento materno podem possuir melhor desenvolvimento e apresentar relativo aumento da inteligência em relação às crianças não amentadas no peito”, observou a nutricionista

As gestantes já podem consultar um nutricionista antes mesmo do parto para tirarem dúvidas sobre a amamentação? Em que período da gestação isso deve ocorrer?

O acompanhamento nutricional deve ser feito em qualquer fase da vida porque trabalhamos principalmente prevenção, qualidade de vida! Durante a gestação não é diferente! Além de cuidar da saúde da mãe, conseguimos cuidar da saúde do bebê que vai nascer. A alimentação da mãe pode influenciar na saúde do bebê. Para falar a verdade a criança já entra em contato com a alimentação da mãe desde a gestação. Temos referência científica que comprova: uma gestante compulsiva por doce, grandes chances do seu filho ser compulsivo por doce também! É muito importante a gestante ter uma alimentação saudável para promover desenvolvimento saudável do seu bebe. Durante aleitamento, o acompanhamento nutricional tem como objetivo incentivar a amamentação, corrigir erros alimentares, dicas para manter produção adequada, mudanças alimentares em relação a cólicas do bebê e auxiliar no retorno do peso antes da gestação! Não é uma fase de dieta e restrição calórica, mas uma dieta equilibrada e variada.

Por que algumas mães, mesmo tendo leite, não amamentam? É uma opção ou é uma pressão da sociedade para que utilizem fórmulas?

A amamentação vai muito além de apenas querer amamentar! Acredito que existem os 2 casos: a mulher que prefere não amamentar (deve ser respeitada) e o consumo da fórmula ser visto com praticidade e “ser igual” ao leite materno. Como profissional da saúde é meu dever orientar e informar essa mãe que não existe nada melhor do que leite materno para seu bebê. Amamentar exige dedicação exclusiva, é uma entrega 100% da mulher, não é fácil no início. Há uma mulher que acabou de se tornar mãe e bebê que também acabou de nascer, e ambos vão aprender juntos!! É um processo de muita paciência e confiança. Uma rede de apoio é essencial para que essa amamentação aconteça. Falo por experiência própria: amamentar sempre foi um desejo, pela minha profissão, onde estudei todos os benefícios que eu poderia passar para meu filho e sentir na pele como seria isso. Procurei uma equipe que também apoia a amamentação e confiei no meu corpo, confiei no aprendizado mútuo entre eu e meu filho, mesmo com comentários externos, como, por exemplo ‘larga mão disso’, ‘dá uma mamadeira que ele dorme a noite inteira’, ‘tá muito magrinho’, ‘tá passando fome’, etc. Pensei em desistir várias vezes, mas aquele momento era muito prazeroso para nós dois e consegui manter mesmo retornando ao trabalhando! É possível!!! E hoje tenho sensação de dever cumprido!!!

Quais são os benefícios, a longo prazo na nutrição, para bebês que mamam no peito?

Crianças em aleitamento materno podem possuir melhor desenvolvimento e apresentar relativo aumento da inteligência em relação às crianças não amentadas no peito, além de prevenir alterações ortodônticas, de fala e diminuição na incidência de cáries. Ajuda a suprimir a dor e a reforçar a eficiência das vacinas, impede o crescimento de bactérias patogênicas, protege contra alergias, previne infecções gastrointestinais, urinárias e respiratórias. Além de disso, bebê que mamam no peito podem se adaptar mais facilmente a outros alimentos que podem ter uma relativa importância na prevenção de diabetes e linfomas. Alguns estudos demonstram que os benefícios se estendem até a fase adulta.

Nas próximas semanas, a Operadora SAVISA, por meio da página facebook.com/savisariopardo e o Minha São José trarão entrevistas com a fonoaudióloga Thais Laranja Fontão e com a psicóloga Ana Amélia Junqueira Capuano também sobre o tema aleitamento materno.

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