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Magali Perri Vedovato: Professora marcou gerações em diversas escolas rio-pardenses

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Ela afirmou que não teve influência de nenhum familiar ou amigo ao Magistério e que sempre gostou de lecionar

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Amigos internautas. Em sequência às matérias que homenageiam o Magistério rio-pardense, o www.minhasaojose.com.br conta, nessa semana, um pouco da história de Magali Perri Vedovato, uma professora que marcou gerações com seu jeito doce, mas também enérgico, bem ‘à moda antiga’, como ela mesma se definiu, que sempre foi muito amiga de seus alunos, mas que também exigente com os mesmos, até mesmo na postura, seja para se sentarem ou escreverem.

Antes do Magistério, Magali estudou na E.E. “Tarquinio Cobra Olyntho”, onde fez o primário ( 1° ao 4° ano), de 1956 a 1959. “Neste período havia o Curso de Admissão, durante 1 ano, para poder continuar os estudos. Fazíamos um exame escrito e oral, e se fôssemos aprovados seguiríamos nos estudos”, observou.

Já o antigo ginásio (como era chamado), da 5ª à 8° série, cursou no Instituto de Educação Estadual ” Euclides da Cunha” e depois o Ensino Médio, que à época era também conhecido como “Científico”. Em 1968, ela frequentou a Escola Normal Municipal “Deputado Eduardo Vicente Nasser, atualmente Magistério, concluindo em 1970.

E, como professores nunca param de estudar, Magali, após casada, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e cursou Pedagogia, além de se especializar em Orientação Educacional, Psicologia da Educação, História da Educação e Didática.

Ao longo da entrevista, a professora falou das escolas onde lecionou, relembrou momentos marcantes da carreira, dos alunos inesquecíveis, bem como analisou a Educação atual comparada com a de décadas atrás.

Magali também mencionou a relação do Magistério com os três filhos, além de destacar o companheirismo do saudoso marido, Paulo Aloízio Vedovato, falecido há 25 anos. “Houve a época em que fui para outros lugares para lecionar, mas meus três filhos já sabiam do compromisso com os estudos, porque eu chegava nos finais de semana, queria saber tudo! Sobre meu marido, sempre foi um excelente companheiro, pai”, afirmou.

A professora Magali com seus alunos no Lar da Infância, (EMEI Pequeno Samuel), em São José do Rio Pardo

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Dona Magali, por que optou pelo Magistério? Houve alguma influência familiar, de amigos?

Magali Perri Vedovato: Sempre gostei de ser Professora. Não houve influência familiar e nem de amigos. Sempre dei aulas, amando muito o que fiz. Às vezes eu falo que se tivesse que começar tudo de novo, seria novamente Professora.

Qual foi o seu maior exemplo e inspiração no magistério em São José do Rio Pardo?

No Magistério muitos foram os exemplos e inspirações. Tive a felicidade de ter excelentes Professores. 

E qual foi seu primeiro emprego na área? Quais escolas lecionou aqui na cidade e fora daqui?

Meu primeiro emprego foi em 1971, no MOBRAL.Nos anos seguintes foram várias fazendas que lecionei, as antigas Escolas Isoladas. Durante 1 ano ( 1972 a 1973), fui Professora Substituta na E.E. P.G.” Stella Couvert Ribeiro”. De 74 a 77 nas Escolas Estaduais de Emergência ( Rural). No ano seguinte fui para o Lar da Infância EMEI ” Pequeno Samuel”, lecionei aí durante 7 anos. Passei no concurso do Estado e em 1985 fui para Embu das Artes.( E.E.P.G.” Jardim São Marcos”). Em 1986 fui transferida para Jarinu ( E.E.P.G.” Jerônimo de Camargo”. Depois vim para a Escola de Itaiquara. Finalmente voltei para São José, em 1988, E.E. Laudelina M. Pourrat. No período de 1989 até 1995 passei a lecionar na E.E.P.S.G.”Dr. Cândido Rodrigues”. Depois houve uma separação do Fund.I e o Fund.ll , quando fomos para a E.E.P.G.” Tarquínio Cobra Olyntho”, nesta escola fiquei até aposentar no Estado, em 2002. Entre o período de 1997 a 2001, lecionei na Escola De Grau em Grau – COC. Do ano de 2002 até 2004 lecionei no Kumon. Em 2005 fui para o Objetivo até quando fechou, em 2011. Retornei e agosto de 2011 para o De Grau em Grau – COC, até aposentar, novamente, em 2016.

Magali junto a seus alunos do extinto Colégio Objetivo Rio Pardo

Vamos falar de momentos marcantes na carreira. Qual foi o momento positivo e negativo que mais lhe marcaram no Magistério?

Foram muitos os momentos marcantes, não tenho um específico.  Sinto, sim, muita saudade do carinho das crianças, da amizade, da alegria. O que ficou muito negativo no ensino, na minha visão, foi a progressão automática. O resultado está aí hoje, como podemos observar infelizmente.

E quanto aos alunos: Houve algum que tenha lhe marcado?

Em todos os anos, sempre houve aluno(a) excelente, bom, médio, arteiro, esforçado, desinteressado, problemático, educado, etc. Todos são marcantes para o Professor. O retorno da aprendizagem é o que nos deixa feliz.

O que a Educação atual poderia utilizar da Educação de 30 anos atrás para melhora-la no presente e para o futuro?

Sou Professora antiga. Sempre exigi postura para sentar (a mão que não escreve, segura o caderno), caligrafia, tabuada decorada. Muitas outras coisas que hoje, parece, que não têm valor. Infelizmente hoje, nem todos, mas a uma boa parte dos pais não respeitam os Professores. É muito triste.

Neste registro, Magali (a última da foto da esquerda para a direita) junto à equipe do De Grau em Grau/COC nas comemorações de 40 anos da escola, a última ue lecionou antes da aposentadoria

O que é o melhor e o que é o pior no Magistério?

O melhor é sentir que o aluno aprendeu, sentimos felicidade enorme. O pior é enfrentar pais que não respeitam, (nunca passei por isso, mas sei que hoje infelizmente há).

Como a senhora se descreveria como professora?

Amiga, mas enérgica. Sempre fui exigente, fazendo o possível para não errar, pois nas nossas mãos está o futuro do País. (Houve, sim, um pai que em uma reunião particular disse que eu exigia muito, que era chata). Mesmo assim não mudei minha maneira de ensinar. Não tenho ideia da quantidade de alunos que ensinei. Sinto uma felicidade enorme quando ex- aluno lembra de mim, como foi o seu caso.

A exigência que teve com seus alunos também aconteceu com seus filhos?

Sim, sempre fui muito exigente com relação aos estudos dos três. Até demais!

O que é ser um bom professor?

É ter amor. Alguém já disse está frase: ” Professor não é uma profissão, mas sim uma Vocação.”

Para finalizar, que conselhos deixaria às pessoas que pensam em seguir essa carreira tão especial?

Ensinar com amor e segurança. Ter muita paciência. Nunca pensar no retorno. Infelizmente o Professor(a) não tem o valor que ele merece. Se pensar em ser Professor(a), que seja por amor, o importante é a Vocação.

Magali com os filhos Luís Renato Vedovato, Maurício Vedovato e Anamaria Vedovato
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