CIDADEDESTAQUE

Mãe de prematuras: Mariene Guerra relembra quando deu à luz gêmeas de 33 semanas

http://www.minhasaojose.com.br
Lara e Laís ficaram internadas por 34 dias e, apesar da prematuridade, não desenvolveram nenhuma sequela

No Novembro Roxo, mês da prematuridade, cujo dia foi lembrado na terça-feira, 17, o www.minhasaojose.com.br traz a história de Mariene Trevizan Guerra, mamãe das gêmeas Lara e Laís, que nasceram prematuras.

Além de uma homenagem a todas as mães e famílias que possuem crianças prematuras, a entrevista objetiva um alento a todos que passam por essa situação de insegurança e medo com seus recém nascidos.

Mariene, inclusive, retratou alguns desses momentos mais críticos, as idas ao hospital para visitas e muitas vezes a sensação de impotência diante da situação.

Felizmente as gêmeas foram muito bem amparadas no Hospital Sinha Junqueira, em Ribeirão Preto, especializado em prematuridade. Além da confiança na instituição, Mariene destacou o apoio incondicional do marido e papai João Guerra e da primogênita Alice, que foram suas fortalezas para enfrentar a situação.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Mariene, por que ambas nasceram prematuras? Já havia essa possibilidade dita pelo obstetra durante a gravidez ou foi de surpresa?

Mariene Trevizan Guerra: Toda gravidez gemelar já tem uma probabilidade maior de prematuridade, no meu caso a Laís com 32 semanas deu indícios de centralização (quando o bebê começa a entrar em sofrimento).

Mariene com as gêmeas quando completaram 3 meses

Com quantas semanas elas nasceram?

Elas nasceram de 33 semanas, como falei com 32 semanas já ficamos apreensivos e vimos que elas nasceriam prematuras, então a minha obstetra, a Dra Cláudia (que por sinal fez um ótimo pré natal) ficou atenta aos sinais e depois de alguns dias achou melhor me encaminhar para Ribeirão Preto.

Em que instituição aconteceu o parto e quanto tempo ficaram internadas em UTI Neonatal?

O parto acontceeu no hospital Sinhá Junqueira. A Lara ficou 10 dias na UTI Neonatal e a Laís 11, depois foram transferidas para uma área chamada de Prematuros somente para ganhar peso. Lá ficaram mais 11 dias, depois foram para o quarto, onde eu e minha mãe ficamos internadas com elas mais 3 dias. No total foram 24 dias de internação de ambas.

Como aconteciam as visitas?

Eu fiquei em Ribeirão direto com elas, as visitas eram diárias, eu ia para o hospital às 10h00, tirava leite 3 vezes ao dia. À tarde fazia o canguru com elas, que é muito importante para a recuperação, e saía do hospital por volta das 18:00 h

Qual foi o momento mais tenso e de maior alegria para você e a sua família neste período?

A maior tristeza foi ficar longe da Alice, nossa primeira filha, e a incerteza se elas iriam ter alguma sequela. Confesso que o João ficou bem nervoso no dia do parto, mas depois ele agiu com muita tranquilidade, pois confiava muito no hospital que elas estavam e me passou essa traquilidade também. A maior felicidade neste período foi quando ambas vieram para casa sem sequelas nenhuma!!!

Junto do marido, João Guerra, e da primogênita do casal, Alice: “João e Alice me deram muito apoio no período de internação, que foi uma época de muito aprendizado para a vida”, disse Mariene

Por falar nela, como a Alice lidou com tudo isso?

A Alice amadureceu demais, ela sempre quis uma irmã, ( falava sempre irmã e acabou vindo duas – risos). Ela ficava em São José e ia na sexta- feira com o João para Ribeirão, por sorte minha cunhada mora lá e isso facilitou bastante as coisas. As visitas na UTI Neonatal não eram permitidas para crianças e ela conheceu as irmãs quando ambas foram para a ala de prematuros. Alice ficou encantada como é até hoje pela Lara e pela Laís!

Qual a principal lição que a prematuridade das bebês trouxe a você e ao João?

Sem dúvida o medo da prematuridade era enorme, era um mundo desconhecido para nós, o medo delas não resistirem, mas a UTI Neonatal é um lugar maravilhoso, com profissionais maravilhosos que nos deram total apoio. A lição para nós foi, sem dúvida, aumentar nossa fé e acreditar que existem pessoas maravilhosas querendo sempre nos ajudar e, claro, dar valor sempre na nossa família.

Apesar de não terem sequelas, elas ainda necessitam de algum cuidado especial?

Até um ano de idade fiz acompanhento com oftalmologista e alguns exames que a pediatra pediu. O desenvolvimento delas foi sempre dentro do esperado, não tiveram atraso em nada, graças a Deus.

Para finalizar, que mensagem você deixaria às famílias que estão passando por esse momento de internação dos filhos devido à prematuridade?

A idéia do seu filho precisar ficar internado em uma UTI Neonatal é realmente desesperadora. Ver aquele bebezinho tão pequeno cheio de aparelhos, se alimentando por sonda e muitas vezes respirando por aparelhos é muito triste, mas é um momento realmente de reflexão, um momento onde vemos como esses bebês são fortes e lutam pela vida é realmente uma motivação para olharmos a vida de outra forma. Sempre falo para as mães não terem medo caso seu filho nasça prematuro, pois a tecnologia hoje é fantástica, as chances deles conseguirem vencer são enormes e no final muitas mães saem de lá sem traumas e com uma linda lição de vida.

http://www.minhasaojose.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Caso queira reproduzir este conteúdo, entre em contato pelo e-mail: minhasaojose@uol.com.br