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Hipertensão Arterial: Dr. Vitor Leal fala sobre a doença, diagnósticos e tratamentos

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“Muitos pacientes podem ser assintomáticos. Esse é o grande risco da hipertensão, que está associada diretamente a elevação no risco de infarto agudo do miocárdio e AVC”

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Na segunda-feira, 17, foi lembrado o Dia Internacional da Hipertensão Arterial, uma doença que pode ser assintomática é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para falar um pouco sobre a doença, o www.minhasaojose.com.br entrevistou o cardiologista Vitor Henrique de Fillipi Leal, que falou sobre os sintomas, quando ocorrem, diagnósticos e formas de tratamento.

Ele também destacou a importância da realização de exames periódicos por toda a família, bem como a periodicidade que todos devem ‘medir a pressão’.

O médico alertou ainda para o sedentarismo, a ingestão em excesso de sal, álcool e a obesidade, que são fatores de risco para a hipertensão arterial, juntamente com a idade.

A boa notícia é que é possível prevenir a doença. “Atividade física pelo menos 3 vezes na semana, uma alimentação adequada (rica em frutas, verduras, legumes, peixes), cessar tabagismo e etilismo, reduzir a ingestão de sal pode prevenir a Hipertensão”, destacou o médico.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Dr. Vitor, o que é, em síntese, a hipertensão arterial? 

Dr. Vitor Leal: Segundo a 7º Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia a hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos acima de 140×90 mmHg.

Ela pode acometer as pessoas em qualquer idade ou há uma idade mais específica onde ela possa ocorrer? 

Teoricamente todas as pessoas podem apresentar valores elevados da pressão arterial, porém um fator de risco é a própria idade. Com o passar dos anos, nossas artérias tem a tendência de ficar mais rígidas, devido o acúmulo de cálcio na parede dos vasos sanguíneos. Portanto, com o passar da idade, o risco de desenvolver hipertensão é maior.

Quais são os principais sintomas? 

Muitos pacientes podem ser assintomáticos. Esse é o grande risco da hipertensão, que está associada diretamente a elevação no risco de infarto agudo do miocárdio e AVC. Algumas pessoas podem apresentar cefaléia ou turvação visual, mas não deve-se esperar sintomas para investigar o risco de hipertensão.

Quais são os principais fatores de risco? Pessoas com familiares que tenham a doença são mais suscetíveis a desenvolve-la? 

O componente genético é grande fator de risco para hipertensão. Se algum familiar já possui a doença, a chance de desenvolvê-la é maior. Idade, sedentarismo, obesidade, ingesta de sal e álcool também são outros fatores importantes na gênese da doença.

Doenças emocionais, como a ansiedade, por exemplo, podem desencadear a hipertensão arterial? 

Pessoas com quadros de ansiedade podem manter o sistema nervoso simpático em atividade constante, este é o sistema responsável pela atividade de luta/fuga do organismo. Com isso os valores de pressão arterial e frequência cardíaca podem ficar elevados.

O que é considerada uma pressão arterial normal/adequada? 

Neste ano de 2021, a Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou sua última diretriz sobre o tema. Os valores normais são considerados abaixo de 130×84 mmHg. De 130-139×85-89 mmHg é considerado pré-hipertensão e acima de 140×90 mmHg a própria hipertensão.

Quando a pessoa deve procurar orientação médica?

Todas as pessoas deveriam fazer o tradicional “check-up” pelo menos uma vez ao ano, mesmo se não apresentarem nenhuma doença. É nessa consulta que o cardiologista investiga a possibilidade do paciente ser hipertenso e de apresentar diversas outras patologias.

É possível prevenir a hipertensão arterial? Como? 

Sim! Atividade física pelo menos 3x na semana, uma alimentação adequada (rica em frutas, verduras, legumes, peixes), cessar tabagismo e etilismo, reduzir a ingesta de sal.

Qual a periodicidade para se ‘medir a pressão’?

Para o paciente que não é hipertenso, a aferição da pressão durante as consultas médicas de rotina já é o suficiente. Para quem já possui a doença, os intervalos são menores. Se necessário podemos lançar mão de alguns exames como o MAPA de 24 horas, que avalia com mais precisão o comportamento pressórico do paciente.

Quais outras doenças podem ocorrer a partir da hipertensão arterial? 

A hipertensão é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento do infarto agudo do miocárdio e AVC. Mas não só! Indivíduos com valores elevados da pressão, podem apresentar dano renal, oftalmológico e vascular de uma maneira geral.

Quais são as formas de tratamento? 

O tratamento da hipertensão é dividido em medidas medicamentosas e não medicamentosas. Atividade física, mudança da alimentação, cessação do tabagismo e etilismo, perda de peso são medidas importantes para todas as pessoas. Porém para alguns, apenas isso não é o suficiente. Existem varias classes de anti-hipertensivos e o cardiologista irá adequar o melhor tratamento ao seu paciente.

Que recado o Dr. deixaria a todos como alerta à hipertensão?

Apesar da terrível pandemia que estamos passando, a hipertensão continua sendo o principal fator de risco para desenvolvimento de infarto e AVC. E as doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no mundo. Devemos manter as medidas de prevenção ao novo coronavírus, mas não podemos deixar de acompanhar as doenças pré-existentes. Tratamento e principalmente a prevenção deve fazer parte de nossa rotina.

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