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Câncer Colorretal: Dr. Eliezer Gusmão explica as causas, diagnósticos, tratamentos e prevenção

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Você sabia que o Câncer Colorretal é o terceiro em incidência mundial? Para falar sobre o assunto, o médico gastroenterologista Eliezer Gusmão, em entrevista ao Informativo SAVISA, o qual cedeu gentilmente a entrevista ao www.minhasaojose.com.br, destacou as causas, diagnósticos, tratamentos e prevenção desse tipo de câncer, também conhecido como câncer de intestino.
Ele observou que fatores genéticos podem desencadear a doença, mas que ela tem cura quando o diagnóstico é feito precocemente, principalmente por meio da colonoscopia ou exame que detecta sangue oculto nas fezes.
O médico recomendou que as pessoas fiquem sempre atentas às mudanças intestinais e mantenham uma dieta rica em fibras, com ingestão de muito líquido, principalmente água, evitando alimentos muito condimentados, enlatados e consumo exagerado de carne vermelha.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Dr. Eliezer, o que é o câncer de Colorretal?
Dr. Eliézer Gusmão: O Câncer de Cólo Retal, também conhecido como Câncer do Intestino, são tumores que podem aparecer no intestino grosso, o qual compreende o intestino grosso, reto até o canal anal. Existem vários tipos de tumores que podem acometer o intestino grosso e reto, mas o mais comum é o adenocarcinoma, que se origina, na maioria das vezes, num pólipo, sendo uma alteração que ocorre nas glândulas da mucosa do cólon.

Qual é a maior incidência: homens ou mulheres? E em que idade é mais frequente?
Sua incidência é um pouco maior nos homens que nas mulheres. São cerca de 20 casos por 100 mil habitantes nos homens e 19 casos a cada 100 mil habitantes nas mulheres. Este é o terceiro câncer com maior incidência no mundo. Ele acomete mais as pessoas acima de 45 anos, tendo seu pico por volta dos 70 anos, onde nota-se maior incidência.

Quais são as causas deste tipo de câncer?
Cerca de 15% da incidência são de causas hereditárias, além de síndromes como a de Lynch ou a da Polipose Familiar Hereditária, que aumentam as chances desse câncer. Porém, a maioria dos cânceres, como este, acontecem de forma aleatória, independente de fatores genéticos.

E quais são os demais fatores de risco?
Podemos citar a obesidade, sedentarismo, fumo, álcool em excesso, dietas ricas em carnes vermelhas, carnes processadas, condimentos, dietas com pouca fibra, além da constipação intestinal crônica.

Quais são os principais sintomas?
Esse câncer costuma não apresentar sintomas ou sinais no estágio inicial. Os sinais ficam mais evidentes quando a doença já está mais avançada. Entre os sintomas que podemos citar estão a perda de peso sem causa explicável, mudanças de hábitos intestinais (ou intestino preso ou solto demais), aspecto das fezes alongadas, espedaçadas, além da presença de sangue ou muco nas mesmas. Também podemos citar a perda de apetite, aversão a alimentos e no estágio avançado da doença há existência de cólicas e dores abdominais no período noturno.

Como é feito o diagnóstico?
Ele é feito a partir do histórico do paciente por meio de exames físicos, mas a colonoscopia é o exame chave para detectar a doença. A partir dele se fará a biopsia para saber a extensão do tumor. Além dela também há o exame chamado Enema Opaco, sendo um raio x contrastado do intestino grosso, bem como exames laboratoriais, marcadores sorológicos, que também auxiliam no diagnóstico, bem como tomografias para saber o avanço do tumor.

A incidência desse tipo de câncer em São José é alta?
Há muitos casos anuais, mas dentro da estatística brasileira.

E quais são as formas de tratamento?
A principal forma de tratamento é a cirurgia, com a ressecção do tumor, limpeza ganglionar – procura de metástase em gânglios do intestino ou em órgãos próximos a ele. A quimioterapia também auxilia muito no pós operatório e a radioterapia nos casos de tumores no reto. Há também os tratamentos paliativos para os casos onde os tumores já estão em estágio avançado, com quimioterapia e radioterapia, que prolongam a vida desse paciente.

O câncer colorretal tem cura?
O índice de cura alto quando o diagnóstico é feito precocemente e até mesmo em alguns casos onde o estágio da doença já está avançado e é realizada uma ressecção cirúrgica boa, um esvaziamento ganglionar bom, além de quimio e radioterapia. E a cada ano as perspectivas de cura aumentam para este tipo de câncer.

Há formas de preveni-lo?
Sim, há formas de prevenção. Em pacientes que já tem histórico familiar de câncer de cólo retal é necessário o rastreamento precoce, com a realização de colonoscopia, ressecamento de pólipos e pesquisa de sangue oculto nas fezes. O ideal é que todas as pessoas acima de 45 anos façam a colonoscopia, pois na maioria das vezes esse tipo de câncer aparece em cima de um pólipo. E o ressecamento desse pólipo diminui muito as chances de evoluir para o câncer. Pode ser feito também o rastreamento sorológico, com exame de CEA e do CA19-9. Digo sempre que a pessoa precisa ter um hábito intestinal bom e cuidar do hábito intestinal com dieta rica em frutas, verduras, ingerir muito líquido, principalmente água, evitar alimentos enlatados, não abusar da carne vermelha. E sempre ficar atenta à mudança do hábito intestinal ou perda de sangue nas fezes. Isso leva a um diagnóstico precoce da doença.

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