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Psicologia: O acaso que se tornou o destino profissional de Cláudia Buffoni

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Com 15 anos de experiência, ela citou que a depressão ainda é a doença que mais leva pessoas às clínicas psicológicas

Em alusão ao Dia do Psicólogo, 27 de agosto, nossa reportagem destaque deste sábado conta um pouco da trajetória profissional de uma das psicólogas mais respeitadas e queridas da cidade, Cláudia Bordin Buffoni D’Ávila e Silva. Ela afirmou que iniciou os estudos acadêmicos somente aos 34 anos e que nunca pensou que fazer sua carreira profissional na Psicologia, já que a ideia inicial era ter um curso superior, uma vez que casou-se muito jovem, aos 18 anos, e não pôde concluir os estudos.

Para quem nem imaginava que iria exerce-la até trabalho voluntário Cláudia já fez na área. O melhor e o pior da profissão, sua visão da Psicologia atualmente e o que faz ela se apaixonar todos os dias pelo seu trabalho você, intenauta, confere a seguir na reportagem abaixo, cuja entrevista levou Cláudia às lágrimas algumas vezes…

Natália Tiezzi Manetta: Cláudia, o que a fez escolher a Psicologia?

Cláudia Buffoni: Na verdade, eu queria concluir meus estudos, pois ma casei aos 18 anos, tive meus três filhos e me dediquei integralmente ao casamento e à maternidade. Um dia, conversando com minha filha, que à época tinha uns 9 anos, ela me disse que não queria ir mais à escola. Disse-lhe que estudar era muito importante para que garantisse seu futuro profissional – aquela conversa de mãe! Porém, a resposta dela me surpreendeu. Ela disse que não queria estudar, pois queria ser igual a mim. Fiquei sem chão. Me questionei: Como eu poderia cobrar alguma coisa dela se eu mesma não havia estudado? Me senti incompleta naquele momento… algo ainda me faltava: o curso superior, a vivência acadêmica. E depois desse ‘incentivo às avessas’ decidi que era o momento de fazer uma faculdade. Porém, nem sabia direito o que queria. A idéia era me formar! Foi então que soube que iria abrir o curso de Psicologia aqui na UNIP Rio Pardo e foi o único que mais me identifiquei. Entrei na faculdade em 2001, aos 34 anos, e fiz parte da I Turma de Psicologia da UNIP aqui da cidade (e com muito orgulho).

Prazer na profissão: Cláudia citou a reciprocidade como uma das principais características da Psicologia

É verdade que você nunca se imaginou exercendo a profissão?

Eu queria me formar, ter um diploma superior e, realmente, não imaginava que iria ter um consultório, etc. Mas me apaixonei tanto pelo curso que não tive mais dúvidas em fazer da Psicologia minha carreira profissional, exercendo-a plenamente. Porém, nada disso teria acontecido em minha vida se não fosse o apoio incondicional de meu marido, Márcio. Durante os anos de faculdade foi ele quem assumiu um pouco o papel de mãe quando eu não podia estar presente!

E como foi o início profissional?

Não poderia ter sido melhor. Em 2007, logo após concluir a faculdade, fui psicóloga voluntária em projetos sociais em bairros que realmente necessitavam desse auxílio psicológico. Aprendi muito mais do que apliquei a Psicologia e isso foi fundamental para que adquirisse experiência. Concomitante, abri meu consultório voltado a atendimento infantil e, em 2009, fui convidada a fazer parte da Unimed, onde os atendimentos eram voltados às crianças e adultos. Desde então, a Psicologia tomou conta da minha vida definitivamente.

E como está a sua vida profissional atualmente?

Ainda faço atendimentos no consultório e também sou psicóloga no CREAS, que foi mais um desafio para mim como profissional. Meu trabalho aqui é voltado às famílias que enfrentam situações de violação de direitos. Ainda hoje utilizo muito da experiência que adquiri no voluntariado para aplicar neste trabalho, que faço desde 2012.

Vamos falar sobre a Psicologia. Como você a definiria?

Acho que a Psicologia é um resgate de nós mesmos. Ela ajuda nesta carência que possuímos em nos conhecer para sabermos lidar com nossas emoções e a lidar melhor com o mundo. A Psicologia resgata e estimula essa força interior que todos nós temos para uma boa saúde mental, afinal, acredito que é ela quem move o nosso corpo, a nossa alma, para que possamos lidar com inúmeras situações e desafios do dia-a-dia, principalmente os ruins.

O que é o melhor e o que é o pior na profissão?

O melhor acredito que seja o aprendizado. A Psicologia é uma das profissões que possibilita essa troca de experiências entre o paciente e o psicólogo numa feliz reciprocidade. Cada paciente me deixou uma marca, uma sabedoria, um ensinamento, uma lição, os quais me ajudam não apenas profissionalmente, mas pessoalmente falando.

Já o pior é a desvalorização da profissão. E ainda a falta de respeito de uma pequena parte da sociedade que ainda encara a Psicologia como um caminho para a ‘cura dos loucos’.

Mas, essa visão da Psicologia pela sociedade não está mudando?

Sim, graças a Deus, inclusive pela diferença que a Psicologia está fazendo na vida das pessoas. É crescente o número de homens e mulheres que buscam as terapias para enfrentar inúmeros problemas. Esse crescimento também está acontecendo entre os adolescentes, que precisam do apoio psicológico para aprenderem a lidar principalmente com as suas frustações, muitas vezes privadas pelos próprios pais, que insistem na ideia de que oferecer tudo aos filhos é o melhor caminho. Isso é um erro: o jovem precisa aprender a lidar com o “Não”, com suas frustrações, pois a vida sempre o cobrará disso.

Existe uma causa principal que leve uma pessoa a buscar a ajuda psicológica?

Atualmente é a depressão e os transtornos de ansiedade e pânico.

E como o psicólogo age nestes casos e também nos demais?

Acredito que o psicólogo ouve o que aquela pessoa angustiada tem a dizer. Ela se sente ouvida, acolhida. Ela se sente segura para pôr para fora tudo que está lhe sufocando. A Psicologia não vai resolver o problema por ela, mas vai ajuda-la a recuperar sua autoestima, buscando sempre o equilíbrio nas emoções e na forma como sentirá para encarar uma doença, uma perda, etc.

Para finalizar, o que você diria para aqueles que estão cursando Psicologia ou que pretendem te-la como profissão?

Sou suspeita a falar, mas a Psicologia é apaixonante porque lida com o ser humano em sua essência, lida com o emocional e pode fazer a diferença positivamente na vida dele. É um aprendizado constante, uma reciprocidade que nos estimula a cada consulta, a cada atendimento, enfim, é uma profissão simplesmente linda!

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