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Dia Mundial da Voz: Fonoaudióloga explica patologias vocais que podem acometer de crianças até idosos

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Rouquidão por mais de 15 dias é sinal de alerta para buscar ajuda médica específica e diagnóstico

Neste 16 de abril é o Dia Mundial da Voz e você sabe como está a sua? Em entrevista ao site, a fonoaudióloga rio-pardense Juliana Madureira Pizani, que atualmente reside em Passos/MG, explicou sobre as patologias vocais que podem acometer desde bebês até os idosos.

“A voz é única. É uma espécie de impressão digital e é muito importante conhecer um pouco dessas patologias vocais para buscar orientação e tratamento no momento certo para cada idade e condição”, observou Juliana.

Ela informou que bebês já podem nascer com alterações estruturais mínimas da laringe que podem provocar alterações vocais. Neste contexto, as crianças que alérgicas, muito acometidas por amigdalites, sinusites e demais doenças do trato respiratório podem também desenvolver problemas vocais. “Por conta do excesso de secreção nas vias aéreas superiores pode ocorrer alterações vocais, com edemas nas pregas vocais causando rouquidão ou voz soprosa nas crianças”, explicou, acrescentando que crianças que gritam muito também podem desenvolver nódulos vocais e, consequentemente, rouquidão.

Já na fase da puberdade, a muda vocal, que acontece tanto nas meninas, quanto nos meninos, também pode ser mais demorada e essa dificuldade de completa-la pode provocar voz alterada. “Nestes casos a indicação é que procure um fonoaudiólogo para melhorar o padrão vocal”, orientou.

IDOSOS E FUMANTES: ATENÇÃO ÀS MUDANÇAS DA VOZ

Juliana disse que com o passar dos anos, o idoso perde um pouco a capacidade fonatória da voz, parecendo mais ‘fraquinha’. “E isso acontece porque o idoso não exercita a musculatura das pregas vocais e, como todo músculo, quando não é estimulado a tendência é enfraquecer. Geralmente a prega vocal do idoso é aberta, ocorrendo uma soprosidade da voz”.

Já no caso dos fumantes, o excesso de fumaça pode provocar o inchaço das pregas vocais, o que gera aquela voz mais grossa ou rouca, além, é claro de doenças mais graves como Câncer de Laringe.

Outro problema que se não for tratado também pode provocar problemas vocais é o refluxo gastroesofágico. “O refluxo causa uma sensação de queimação, aumentando a secreção da via respiratória superior e na cavidade laríngea, podendo causar alterações vocais. Além disso, o suco gástrico proveniente do refluxo é danoso à prega vocal, pois se deposita sobre ela podendo causar lesões e hiperemia (vermelhidão) na mucosa da prega vocal, com o passar do tempo, pode causar ulcerações, granulomas, entre outras patologias da voz”.

PROFISSIONAIS DA VOZ: CUIDEM DO ‘INSTRUMENTO DE TRABALHO’

Para muitos profissionais como professores, cantores e locutores a voz é um importante instrumento de trabalho e merece todo cuidado. “Recomendo procurem orientação profissional ou até mesmo terapias para manter uma resistência ou um padrão vocal normal. O fonoadiólogo auxiliará no aquecimento vocal e também no desaquecimento vocal, importantíssimos para uma voz saudável”.

A fonoaudióloga Juliana destacou que o refluxo também pode comprometer a saúde vocal

RECOMENDAÇÕES

Independente da idade, Juliana disse que rouquidão por mais de 15 dias deve ser observada. “Recomendo que procure um otorrinolaringologista, que é o primeiro profissional a fazer exames específicos de visualização da prega vocal e dar um diagnóstico preciso, com indicação do tratamento mais adequado, sendo que este pode ser por meio de medicamentos, com fonoaudiólogos ou cirúrgico. A grande maioria das lesões na prega vocal é passível de tratamento”, concluiu.

DICAS PARA MANTER UMA BOA VOZ

  • Hidratar as pregas vocais ingerindo no mínimo 2 litros de água natural (8 a 10 copos) ao longo do dia.
  • Monitore a sua voz para verificar se você não esta falando mais forte (alto) que o necessário;
  • Evite falar excessivamente, principalmente em ambientes com ruído de fundo, na sala de aula procure falar andando pela classe;
  • Evite usar a voz muito grave (grossa) ou muito aguda (fina);
  • Faça um período de repouso vocal após uso intensivo da voz;
  • Reconheça e evite sensações de esforço vocal; ardor, tensão no pescoço e falta de ar na fala;
  • Evite pigarrear, pois o movimento brusco nas pregas vocais em longo prazo pode causar lesões;
  • Coma maçã sempre que puder, pois é um adstringente natural que irá limpar suas pregas vocais e evitar os indesejados pigarros;
  • Evite falar enquanto faz exercícios físicos ou carrega peso;
  • Evitar o álcool destilado e o fumo; fumo e uso da voz profissional não combinam. Modere o uso de cafeína;
  • Reduza o uso da voz em condições de saúde limitadas; quadros gripais, resfriados e alergias respiratórias;
  • Evite alimentos pesados condimentados, principalmente à noite, pois podem causar ardor na pregas vocais e pigarro;

– Use roupas confortáveis, que não apertem a região do pescoço, do tórax e do abdômen;

  • Articule bem as palavras, abrindo bem a boca para amplificar os sons;
  • Aqueça a voz com exercícios específicos antes de usá-la de forma intensiva, sempre com orientação de um profissional; (Fonte: BEHLAU, M.; PONTES, P. Higiene Vocal cuidando da voz. Rio de Janeiro: Revinter, 1999, p.51-52.)
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