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De mãe para filho e neto: A paixão pelas coleções que ultrapassa gerações

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Há 53 anos, o professor David Marcos Machado Ribeiro é destaque na Filatelia, que é o estudo e coleção de selos

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Muitos acreditam ser um gosto peculiar. Já outros jamais entenderão este vasto e curioso universo das coleções, principalmente quando essa verdadeira paixão já dura mais de 50 anos, como no caso do professor David Marcos Machado Ribeiro em seus selos, além de moedas e cédulas.

Apesar das três coleções, ele destacou que dá mais ênfase aos selos. “Inclusive já fui membro da Associação Filatelista Paulista e atualmente também faço parte do CRIFN – Clube Rio-Pardense de Filatelia e Numismática. Muito mais que colecionar, o filatelista é um profundo conhecedor do mundo dos selos, que exige estudos e, claro, muita paixão envolvida”, contou.

O professor David iniciou a coleção quando tinha apenas 20 anos e foi residir nos Estados Unidos. “Era uma forma de me aproximar do Brasil, inclusive culturalmente falando, e jamais esquecer minhas raízes aqui. Gostei tanto que, aos 73 anos, continuo minhas coleções, principalmente a de selos. E um detalhe: nunca parei para conta-los, portanto não sei quantos tenho!”, exclamou.

Além dele, um de seus filhos também seguiu os passos do pai nas coleções e se dedica à numismática. “Apesar de ter nascido em solo americano, meu filho sempre demonstrou um grande carinho e respeito pelo Brasil e retrata um pouco de tudo isso em sua coleção de moedas. Ele é um exímio colecionador e entendedor do assunto”.

O gosto que ultrapassa gerações começou, na verdade, com a mãe do professor David, a saudosa dona Conceição. “Minha mãe colecionava de tudo, até castiçais, mas os selos sempre me chamaram a atenção desde criança. Inclusive fiz questão de acondicionar os selos que minha mãe colecionou durante sua vida em um classificador, pois alguns acredito que são muito raros. Além disso todos têm um valor sentimental para mim, pois me fazem lembrar de minha mãe, a voltar no tempo onde ela, cuidadosa, cortava pequenos papéis coloridos, colava os selos e envolvia-os em plástico”, recordou.

A coleção de selos da mãe: relíquias e memórias afetivas em meio a pequenos pedaços de papel cuidadosamente colados em cartolinas coloridas e envolvidos em plástico

RARIDADES

Como qualquer outro colecionador, David evita destacar as raridades que têm em sua coleção, mas afirmou que possui selos do chamado ‘período clássico’ da filatelia, que compreende os anos de 1843 e 1943. “Basicamente coleciono Brasil e Estados Unidos, com destaque aos comemorativos. Porém também tenho alguns bem peculiares como uma grande coleção da Iugoslávia, país que já não existe no mapa. Mas um deles tenho muito carinho e também algumas dúvidas. É um selo verde dos Correios, que pertencia à minha mãe. Ele está carimbado, mas nã há registros na instituição de te-lo impresso nesta cor. Gostaria de saber se realmente existiu, a procedência, enfim. Estudar e colecionar selos possibilita conhecer a cultura de vários países por meio destes pequenos papéis”.

E como a tecnologia está presente em praticamente todas as áreas, na filatelia ela também existe. “Hoje já podemos adquirir selos por meio de leilões na Internet. Confesso que há dias que fico louco para adquirir alguns! Os leilões são muito seguros, pois, geralmente, os colecionadores são pessoas idôneas e quando não são permanecem pouco tempo neste universo das coleções”, afirmou.

Questionado sobre o que lhe dá mais prazer no ato de colecionar, David disse que a filatelia vai muito além de completar as coleções. “Obviamente isso também faz parte, mas as coleções, de maneira geral, trazem conhecimento e mantém o colecionador sempre em contato com diferentes contextos culturais, independente de onde ele resida. É realmente uma paixão, que é alimentada conforme seu interesse e disponibilidade econômica, é claro”.

Para quem quiser conhecer um pouco deste mundo dos colecionadores, a próxima reunião do CRIFN está marcada para sábado, dia 25, a partir das 15h00, na escola JET. “A reunião é aberta ao público e todos estão convidados a participar. Quem sabe não há muitos colecionadores por aí ou então essa paixão seja despertada, inclusive entre os mais jovens?” concluiu o professor David.

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