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Bianca Vitto: Conheça a 1ª mulher rio-pardense a fabricar cervejas artesanais

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A jovem criou e desenvolveu três estilos de cervejas artesanais com a marca DELA, além de alguns sabores sazonais

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Em um universo ainda dominado pelos homens, uma jovem rio-pardense vem se destacando. Bianca Soares Vitto é a primeira mulher aqui da cidade a criar e desenvolver cervejas artesanais, além de ter sua própria marca, a DELA.

Graduada em Química pela Universidade Federal de Alfenas – Unifal/MG, Bianca cursou Tecnologia Cervejeira também pela UNIFAL e de Off- Flavors na Cerveja pela Casa Olec de Poços de Caldas. Curiosa por paladares diferentes, a cerveja artesanal começou a fazer parte de sua vida meio por acaso.

Durante a entrevista ao www.minhasaojose.com.br, Bianca explicou as principais diferenças entre as cervejas artesanais e industrializadas, bem como sua linha de produção, que conta com três estilos fixos e alguns sazonais. Ela destacou, ainda, alguns processos para a fabricação das mesmas. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Bianca, há quanto tempo está no ramo e por que optou pela fabricação de cervejas? Você já apreciava a bebida ou foi por influência de alguém?

Bianca Soares Vitto: Fabrico cerveja há 3 anos e estou com a marca DELA há 2 anos. Sempre fui muito curiosa com bebidas e comidas diferentes, o que me levou a conhecer o vasto mundo das cervejas artesanais e a partir daí não parei mais! Como eu sempre falo é um mundo que não tem volta (risos).

Quem domina mais esse ramo de produção das cervejas: homens ou mulheres?

Homens são a maioria no mundo cervejeiro. Segundo o Sebrae, em senso com a Abracerva, a predominância masculina é de 87% .

Você já sofreu algum preconceito com relação à produção de cervejas por ser mulher?

Já sim. Tive muita dificuldade em apresentar meu produto por ser mulher por não darem credibilidade. Um homem tentou me ensinar sobre a minha própria cerveja e já me perguntaram se foi algum homem que me ensinou a produzir. Mas, por outro lado, encontrei mulheres maravilhosas que me apoiaram e me ajudaram muito justamente por ser mulher.

Quais são os processos para a fabricação? A receita é sua?

O processo da cerveja artesanal é bem longo, começa com a moagem dos grãos de malte, depois a brassagem, fermentação, maturação e envase, sendo que todo esse processo demora em média um mês. Todas as minhas receitas são originais, criadas e desenvolvidas por mim.

Qual a diferença entre uma cerveja artesanal e uma cerveja industrializada?

A maior diferença é na qualidade. As cervejas industriais são produzidas em larga escala e visam atingir o maior número de consumidores possível. Já as artesanais são produzidas em pequena escala e visam mais a qualidade, tendo aromas e gostos variados, atendendo a diferentes paladares.

Quais são os tipos de cerveja que você produz?

Com a minha marca DELA eu tenho três estilos de cerveja fixos que são a DELA WEISSBIER, DELA DRY STOUT, DELA LAGER COM GENGIBRE E LIMÃO. As sazonais são a DELA FRUIT BEER DE FRUTAS VERMELHAS, DELA FRUIT BEER DE TANGERINA e DELA FRUIT BEER ACEROLA. Também faço encomendas de Chopp personalizados de acordo com o gosto da pessoa. Possuo chopeira personalizada e todos os engates para aluguel.

Você já vivenciou algum momento especial por conta de sua opção pela fabricação de cervejas?

Acredito que o mais curioso foi como eu comecei a produzir cerveja. Eu estava no meu último ano da faculdade e fiz uma matéria optativa de produção de cerveja por pura curiosidade, depois vim para São José e conheci meu namorado que, por coincidência, tinha um equipamento de produzir cerveja, mas não usava. Nós começamos a produzir por hobby e a brincadeira começou a ficar séria. Como eu estava desempregada na época revolvi investir. Um ano depois comecei com o projeto da DELA para trazer protagonismo feminino no meio cervejeiro.

Quais foram seus projetos mais marcantes com a DELA?

Um deles foi uma fabricação cigana na Senhorita Cervejaria que foram 250 litros de WEISSBIER produzidos e agora eu fiz um projeto colaborativo com quatro cervejeiros de Poços de Caldas juntamente com a Cervejaria Bones para produzir uma NEIPA.

O que é o melhor e o que é o pior na fabricação de cervejas artesanais?

A parte que eu mais gosto do processo da cerveja é a brassagem, que é o fazer propriamente dito, para mim é uma terapia, é onde eu relaxo e curto ser cervejeira. E o pior é o envase: é a parte que eu acho mais chata e trabalhosa.

Bianca investiu na arte cervejeira e se destaca no mercado com receitas próprias

Por que o cliente deve optar por uma cerveja artesanal?

A cerveja artesanal além de ter como prioridade a qualidade, ela também varia muito nos sabores, pode conter uma fruta, um condimento ou uma especiaria, saindo do senso comum de que cerveja é aquela industrializada que encontramos no supermercado.

Para finalizar, onde o público pode encontrar as cervejas artesanais?

As pessoas podem conhece-las um pouco mais no Instagram (@biivitto e @cervejadela) ou pelo telefone (19) 98177-6607, além de também poderem encomenda-las.

http://www.minhasaojose.com.br

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